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População e consumismo ameaçam saúde do planeta, alerta WWF

Segundo a ONG, a demanda por recursos naturais se tornou insustentável e exerce uma pressão "tremenda" sobre a biodiversidade do planeta

O Qatar é o país com a maior pegada ecológica, ou seja, o que faz o pior uso dos recursos naturais (Wikimedia Commons)

O Qatar é o país com a maior pegada ecológica, ou seja, o que faz o pior uso dos recursos naturais (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2012 às 12h40.

Genebra - A crescente população mundial e o consumismo ameaçam a saúde do planeta, alerta a organização ambientalista Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

A demanda por recursos naturais se tornou insustentável e exerce uma pressão "tremenda" sobre a biodiversidade do planeta, destaca a organização em um estudo publicado nesta terça-feira.

Em sua mais recente pesquisa sobre a saúde da Terra, o WWF citou o Qatar como o país com a maior pegada ecológica, seguido dos vizinhos Kuwait e dos Emirados Árabes Unidos.

A pegada ecológica é um instrumento de medição do uso de recursos naturais. Quanto menor é a pegada ecológica de uma nação, melhor é o uso que ela faz de seus recursos naturais.

Dinamarca e Estados Unidos completam o ranking dos 5 primeiros, segundo cálculo com base na comparação de fontes renováveis consumidas contra a capacidade de regeneração do planeta.

O relatório Planeta Vivo ('Living Planet Report') revelou que países de alta renda têm uma pegada ecológica em média cinco vezes maior do que a de países de baixa renda.

Segundo a pesquisa, a pegada ecológica dobrou de tamanho em todo o planeta desde 1966.

"Estamos vivendo como se tivéssemos um planeta extra à nossa disposição", disse Jim Leape, diretor-geral do WWF Internacional.

"Estamos usando 50% mais recursos do que a Terra pode produzir de forma sustentável e a menos que mudemos o curso, este número crescerá rápido. Em 2030, mesmo dois planetas não serão suficientes", acrescentou.

A pesquisa, compilada a cada dois anos, reportou uma redução média de 30% na biodiversidade desde 1970, chegando a 60% nas regiões tropicais, duramente afetadas.


O declínio foi mais rápido em países de baixa renda, "demonstrando como os países mais pobres e vulneráveis subsidiam o estilo de vida dos países mais ricos", destacou o WWF.

Em todo o mundo, cerca de 13 milhões de hectares de florestas foram perdidas todo ano entre 2000 e 2010.

"Uma demanda sempre ascendente por recursos de parte de uma população crescente põe uma enorme pressão sobre a biodiversidade do nosso planeta e ameaça nossa segurança, saúde e bem estar futuros", informou o organismo.

O relatório é publicado às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a quarto maior cúpula sobre o tema realizada desde 1972, e que será celebrada em junho no Rio de Janeiro.

O presidente eleito da França, François Hollande, confirmou que estará entre os 100 líderes mundiais presentes à cúpula, com vistas a determinar o caminho rumo a uma economia que possa equilibrar crescimento econômico, erradicação da pobreza e proteção ao meio ambiente.

O WWF quer ver sistemas de produção mais eficientes que possam reduzir a demanda humana por terra, água e energia e uma mudança na política governamental que medisse o sucesso de um país para além do Produto Interno Bruto (PIB).

Mas o enfoque imediato precisa estar na redução drástica da pegada ecológica dos países de alta renda, particularmente sua pegada de carbono, destacou o WWF.

"A Rio+20 pode e deve ser o momento de os governos estabelecerem um novo curso rumo à sustentabilidade", disse Leape.

"Este relatório é como um check-up planetário e os resultados indicam que temos um planeta muito doente", alertou Jonathan Baillie, diretor do programa de conservação da Sociedade Zoológica de Londres, que co-produziu o relatório, em conjunto com a organização Global Footprint Network, que elabora a pegada ecológica.

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