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População da Espanha cai com imigrantes fugindo da crise

Número de habitantes caiu em 206 mil para 47,1 milhões de pessoas, informou o Instituto Nacional de Estatística


	Fila de desempregados na Espanha em frente a escritório de emprego do governo
 (Jasper Juinen/Getty Images)

Fila de desempregados na Espanha em frente a escritório de emprego do governo (Jasper Juinen/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2013 às 13h43.

Madri - A população oficial da Espanha caiu no ano passado pela primeira vez desde que os registros começaram, com imigrantes fugindo do país que tem alta taxa de desemprego e que nos últimos cinco anos entrou e saiu de recessão diversas vezes.

O número de habitantes caiu em 206 mil para 47,1 milhões de pessoas, informou o Instituto Nacional de Estatística nesta segunda-feira, um dado totalmente explicado pela queda no número de residentes estrangeiros registrados.

Foi a primeira vez que uma queda da população foi captada pelas estatísticas oficiais desde que os registros começaram em 1857 -- apesar de até 1998 os números terem sido divulgados aproximadamente a cada dez anos, e não anualmente.

A Espanha e o resto do sul da Europa estão sofrendo crises econômicas e fiscais.

Durante um longo boom econômico que terminou abruptamente em 2008, imigrantes de língua espanhola do Equador, Colômbia e Bolívia lotaram a Espanha para trabalhar na construção civil. Entre 2000 e 2010, a população imigrante cresceu de 924 mil para 5,7 milhões.

Mas o setor de construção está parado desde o estouro da bolha imobiliária, e uma redução dos gastos do governo para tentar atender às rígidas metas de corte do déficit fiscal impostas por Bruxelas pressionou ainda mais a economia. À medida que a taxa de desemprego subiu para 26 por cento, muitos imigrantes voltaram para casa.

A maior queda em residentes estrangeiros registrados foi de sul-americanos, especialmente equatorianos e colombianos, informou a agência de estatísticas.

"Houve um crescimento extraordinário (de imigrantes) de 2000 a 2009, que está se revertendo rapidamente devido à crise econômica", afirmou Albert Esteve, do Centro de Barcelona para Estudos Demográficos, à Rádio Nacional da Espanha.

"A Espanha está menos atrativa porque não há empregos".

Os dois maiores grupos de imigrantes da Espanha, romenos e marroquinos, encolheram no ano passado.

Não são apenas os imigrantes que estão voltando para casa, muitos espanhóis também estão partindo para procurar trabalho no exterior. A taxa de desemprego entre os jovens é superior a 50 por cento.

A população de espanhóis nativos cresceu no ano passado em 10.000, um crescimento menor do que o registrado nos últimos anos, e apenas minimamente compensou a queda de 216.000 no número de estrangeiros registrados.

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