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Pompeo e general norte-coreano preparam cúpula Trump-Kim

Secretário de Estado Mike Pompeo e Kim Yong Chol iniciaram conversas nesta quarta (30), em Nova York, após dois encontros prévios na Coreia do Norte

Comitiva norte-coreana: general Kim Jong Chol (centro) é o representante de mais alto nível da Coreia do Norte a pisar em solo americano em 18 anos (Lucas Jackson/Reuters)

Comitiva norte-coreana: general Kim Jong Chol (centro) é o representante de mais alto nível da Coreia do Norte a pisar em solo americano em 18 anos (Lucas Jackson/Reuters)

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AFP

Publicado em 30 de maio de 2018 às 22h33.

O braço direito de Kim Jong Un, general Kim Yong Chol, estava reunido nesta quarta-feira (30), em Nova York, com o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, para preparar a cúpula entre Donald Trump e o líder norte-coreano.

Os dois homens, que já tinham se reunido duas vezes na Coreia do Norte, estão em um prédio próximo à sede da Organização das Nações Unidas.

Pompeo está acompanhado por Andrew Kim, chefe da seção para a Coreia do Norte da CIA.

O general e Pompeo não deram declarações no início do encontro, que será seguido por um jantar. Na quinta-feira, os dois manterão várias reuniões, informou a Casa Branca.

O general Kim Jong Chol é o representante de mais alto nível da Coreia do Norte a pisar em solo americano nos últimos 18 anos, desde a visita do vice-marechal Joe Myong Rok, que se reuniu em 2000 com o presidente Bill Clinton..

O objetivo dos encontros será a conclusão do planejamento da cúpula prevista para 12 de junho em Singapura e acelerar os preparativos, uma semana depois de Trump ter escrito a Kim Jong-Un para comunicar a suspensão da cúpula por causa da "hostilidade" do governo norte-coreano.

Kim Yong Chol, vice-presidente do comitê central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte e que 2009 a 2013 esteve à frente do serviço de espionagem do país.

Desnuclearização

Kim Yong Chol é alvo de sanções americanas desde 2010. Para sua chegada a Nova York essas sanções provavelmente foram suspensas. "Imagino que o necessário tenha sido feito", se limitou a comentar a respeito a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert.

No domingo, os negociadores americanos, liderados pelo embaixador de Washington nas Filipinas, Sung Kim, começaram a se reunir com seus homólogos norte-coreanos na localidade de Panmunjom, na zona desmilitarizada que separa as duas Coreias.

O secretário-geral adjunto da Casa Branca, Joe Hagin, se encontra em Singapura visando os preparativos logísticos da cúpula. Um fotógrafo da AFP pôde ver nesta terça-feira Kim Chang Son, um assessor muito próximo de Kim Jong-Un, na cidade-estado da Ásia.

Finalmente, Trump se reunirá em 7 de junho na Casa Branca com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, pouco antes da cúpula do G7 no Canadá.

Os diplomatas têm apenas duas semanas para concluir a preparação logística da cúpula e definir a agenda.

Washington exige de Pyongyang uma "desnuclearização completa, verificável e irreversível" antes de qualquer suspensão das pesadas sanções internacionais que afetam a Coreia do Norte em represália por seus programas nuclear e balístico.

Mas Pyongyang nunca aceitou pagar esse preço, considerando seu arsenal uma garantia da sobrevivência do regime.

Kim Yong Chol é parte do entorno próximo de Kim Jong-Un e desempenhou um papel importante na aproximação diplomática que levou à distensão na península coreana nos últimos meses. Em fevereiro, na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos da Coreia do Sul, estava sentado atrás da filha de Donald Trump Ivanka.

Além disso, acompanhou Kim Jong-Un em suas duas viagens recentes à China.

O general é uma figura muito controversa na Coreia do Sul, onde o acusam de ter autorizado o ataque, em 2010, contra a corveta sul-coreana "Cheonan", incidente no qual 46 marinheiros morreram. A Coreia do Norte nega ser responsável pelo caso.

Legisladores da oposição sul-coreana protestaram em fevereiro contra a visita de Kim, a quem chamaram de "criminoso de guerra diabólico".

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