Mundo

Pompeo deseja que palestinos participem do processo de paz com Israel

O novo secretário de Estado dos EUA também afirmou que está de acordo com a defesa de Israel durante a Grande Marcha do Retorno em Gaza

Pompeo: o secretário de Estado americano afirmou a solução para o conflito árabe-israelense deve ser bilateral (/Muhammad Hamed/Reuters)

Pompeo: o secretário de Estado americano afirmou a solução para o conflito árabe-israelense deve ser bilateral (/Muhammad Hamed/Reuters)

A

AFP

Publicado em 30 de abril de 2018 às 09h38.

O novo chefe da diplomacia americana Mike Pompeo encerrou nesta segunda-feira uma viagem de três dias ao Oriente Médio, durante a qual não se reuniu com líderes palestinos, mas fez um apelo para que se envolvam em futuras negociações de paz com Israel.

O ex-diretor da CIA foi bem recebido em Riad, Tel Aviv e Amã, última etapa da viagem. Nas três cidades, ele insistiu no papel "desestabilizador" do Irã na região, com pouco espaço para o conflito israelense-palestino, apesar da tensão crescente.

Quarenta e cinco palestinos morreram em ações de soldados israelenses desde 30 de março, quando teve início um movimento de protesto denominado "marcha do retorno", perto da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel.

Mais de 1.500 palestinos ficaram feridos, muitos a tiros, o que provocou críticas sobre o uso excessivo da força por parte de Israel.

Pompeo, que se reuniu no domingo com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, não criticou o anfitrião e afirmou: "Pensamos que os israelenses têm o direito à defesa e estamos totalmente de acordo com isto".

Pompeo teve uma reunião em Amã com o chefe da diplomacia jordaniano, Aymane Safadi, que recordou que a solução "de dois Estados" é a única via para a paz.

O presidente americano Donald Trump contrariou os palestinos ao anunciar em dezembro o reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel e a transferência da embaixada americana a Jerusalém.

O consenso internacional deseja que o estatuto de Jerusalém, um dos pontos mais delicados do conflito israelense-palestino, seja solucionado por meio de negociação.

Os palestinos, que rejeitam qualquer contato com os funcionários americanos desde a mudança diplomática, reivindicam Jerusalém Oriental, anexada por Israel, como a capital de Estado a que aspiram.

Washington espera apresentar em breve um plano de paz, mas fontes do governo admitem de modo privado que está muito longe de estar pronto.

Em Amã, o secretário de Estado fez um apelo para que os palestinos retornem à mesa de negociações.

"Estamos certamente abertos a uma solução bilateral (...) nós acreditamos que israelenses e palestinos precisam de um compromisso político", declarou.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseEstados Unidos (EUA)IsraelOriente MédioPalestinaPolítica

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado