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Poluição mundial deve cair a nível mais baixo desde a Segunda Guerra

Estudo internacional mostra que emissão de CO2 pode cair 7% este ano em função da quarentena mundial do coronavírus

Aquecimento global impacta barreira de corais, na Austrália (Maerie/Getty Images)

Aquecimento global impacta barreira de corais, na Austrália (Maerie/Getty Images)

CA

Carla Aranha

Publicado em 19 de maio de 2020 às 16h58.

Este ano, finalmente o mundo deverá começar a respirar um pouco melhor. Um estudo coordenado pela Universidade de Anglia, do Reino Unido, com a participação de cientistas de outros países da Europa, além dos Estados Unidos e da Austrália, mostrou que em 2020 as emissões CO2 devem ser as menores desde a Segunda Guerra Mundial. O grupo analisou a emissão diária de gás carbônico em 69 países desde o início da pandemia do coronavírus, que tem mantido milhões de pessoas em quarentena no mundo todo.

Em abril, a poluição caiu 17% nos países analisados. A expectativa é que até o final do ano as emissões de gás carbônico tenham uma redução de 7% em relação a 2019, o nível mais baixo das últimas sete décadas.

“O confinamento da população levou a mudanças drásticas em relação ao uso de energia e de emissões de CO2”, diz a cientista do clima Corine Le Quéré, da Universidade de Anglia, coordenadora do estudo.

Com boa parte da atividade econômica suspensa em função da crise provocada pela covid-19, houve uma queda significativa da demanda por combustíveis fosseis, como o petróleo, que representam um importante poluente, e de energia elétrica.

A estimativa é que a demanda por combustível caia mais de 9% este ano. O uso de gás natural e carvão, que alimentam unidades de produção de vários setores industriais, também deve diminuir. Há a esperança de que a redução da poluição possa servir de estímulo para os governos ampliarem as políticas de proteção ao meio ambiente. “Temos uma janela de oportunidade”, diz Corine.

Mesmo que o mundo volte à rotina habitual depois de junho, o ganho para o planeta deverá ser considerável, com uma queda na emissão de gases do efeito estufa de pelo menos 4% em relação a 2019.

Segundo um estudo das Nações Unidas lançado no ano passado, as emissões de gases nocivos à atmosfera precisam diminuir cerca de 2.5% por ano para que o aquecimento global não aumente mais do que dois graus Celsius.

Com uma queda de 7,5%, a conquista em relação ao clima pode ser ainda maior. Nesse caso, a temperatura da Terra oscilaria menos de 1,5 graus Celsius, deixando o mundo (e os seres vivos) bem mais seguro.

 

 

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