Mundo

Poluição do ar mata 6,5 milhões por ano — ou uma Dinamarca

Número deverá aumentar significativamente nas próximas décadas, a menos que o setor da energia se mobilize para reduzir as suas emissões, diz relatório da AIE


	Poluição em Pequim, na China: o ar limpo é um direito humano básico que a maioria da população mundial não tem.
 (Reuters)

Poluição em Pequim, na China: o ar limpo é um direito humano básico que a maioria da população mundial não tem. (Reuters)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 27 de junho de 2016 às 15h55.

São Paulo - A cada ano, cerca de 6,5 milhões de pessoas  mais do que toda a população da Dinamarca  morrem por problemas associados à poluição do ar no mundo, um número que deverá aumentar significativamente nas próximas décadas, a menos que o setor da energia se mobilize para reduzir as suas emissões.

O dado é de um relatório especial da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado hoje, que destaca as ligações entre energia, poluição do ar e saúde, e identifica as contribuições que o setor de energia pode fazer para conter a má qualidade do ar  a quarta maior ameaça à saúde humana, depois de pressão arterial elevada, dietas deficientes e tabagismo.

Segundo o estudo, a produção e utilização de energia são as mais importantes fontes artificiais de emissões dos principais poluentes atmosféricos: 85% de material particulado (as nocivas PM10 e PM2,5) e quase todos os óxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio.

Todos os anos, milhões de toneladas destes poluentes são liberadas na atmosfera a partir de fábricas, usinas de energia, carros, caminhões, bem como da casa de 2,7 bilhões de pessoas que ainda queimam madeira, carvão vegetal e outros tipos de biomassa poluidoras para cozinhar seus alimentos.

"O ar puro é um direito humano básico que a maioria da população mundial não tem", disse o diretor executivo da AIE, Fatih Birol. "Nenhum país, rico ou pobre, pode afirmar que a tarefa de combater a poluição do ar está completa. Os governos precisam agir e precisam agir agora", defende.

É tudo uma questão de escolha política e investimento no lugar certo, diz o texto. Para se ter uma ideia, o estudo estima que políticas energéticas apoiadas por um aumento de apenas 7% do investimento total de energia em tecnologias limpas até 2040 poderia reduzir as mortes prematuras pela poluição do ar exterior pela metade em relação às taxas atuais.

Acompanhe tudo sobre:Emissões de CO2EnergiaEnergia elétricaMeio ambientePoluiçãoServiços

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado