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Polônia vai às urnas para definir futuro das relações com União Europeia e Ucrânia

Pesquisas indicam que o partido populista Lei e Justiça obteria o maior número de votos, mas insuficientes para formar uma coalizão de governo

Polônia: Mulher deposita seu voto nas eleições legislativas da Polônia em Gdansk (Dario Thuburn/AFP)

Polônia: Mulher deposita seu voto nas eleições legislativas da Polônia em Gdansk (Dario Thuburn/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 15 de outubro de 2023 às 13h55.

Última atualização em 15 de outubro de 2023 às 13h55.

Os eleitores poloneses votam neste domingo, 15, em uma eleição legislativa que se prevê bastante disputada e de cujo resultado depende o futuro das relações com a União Europeia (UE) e a vizinha Ucrânia.

Segundo as pesquisas, o partido populista Lei e Justiça (PiS, no poder) obteria o maior número de votos, mas insuficientes para formar uma coalizão de governo. Esse cenário abriria caminho para a oposição liderada pelo ex-presidente do Conselho Europeu Donald Tusk.

"Mais uma vez, votamos por nossos direitos e valores fundamentais", disse Tusk à AFP.

Ao meio-dia local (7h em Brasília), o registro de participação dos eleitores alcançava 22,59%, superior aos 18% de quatro anos atrás, anunciou a Comissão Eleitoral Nacional.

Uma vitória do PiS poderia exacerbar as tensões com a União Europeia e a Ucrânia e decepcionar aqueles que se preocupam com o futuro do Estado de Direito, da liberdade de imprensa e dos direitos das mulheres e dos imigrantes.

"Cedemos certos poderes à UE, mas já é suficiente. Não mais. Estamos na UE, queremos permanecer nela, mas em uma UE de países soberanos", repetiu Jaroslaw Kaczynski, líder do PiS, durante seu último comício de sexta-feira.

Tusk, em contrapartida, disse que o PiS tem "planos secretos" para deixar a UE e estava "levando o país na direção errada".

Alianças

O PiS promete continuar com sua polêmica reforma do sistema judicial, cujo objetivo declarado é erradicar a corrupção, mas que a UE considera um ataque à democracia.

Em sua tentativa de formar governo, o PiS poderia recorrer à Confederação, um partido de extrema direita que quer pôr fim à ajuda em larga escala para a Ucrânia e que fez campanha com uma plataforma anti-imigrante e antieuropeia.

A Confederação descartou, no entanto, tal aliança, e alguns analistas dizem que ela é pouco provável, devido às tensões latentes entre os dois partidos.

Nesse sentido, os centristas esperam que, se a Coalizão Cívica de Tusk ficar em segundo lugar, consiga os votos suficientes para formar um governo com dois aliados menores, a Esquerda e a Terceira Via.

Ucrânia

Kiev e seus aliados ocidentais acompanham de perto estas eleições, após a vitória recente na Eslováquia de um governo hostil à ajuda à Ucrânia.

A Polônia é um dos principais defensores da Ucrânia e acolheu em seu território um milhão de refugiados ucranianos, mas o cansaço com o conflito cresce entre os poloneses.

Recentemente, o governo polonês entrou em rota de colisão com Kiev, ao proibir a importação de grãos ucranianos, sob o argumento de que a medida era necessária para proteger os agricultores poloneses.

Os eleitores são esperados nas urnas para eleger 460 deputados da Assembleia e 100 senadores. Além disso, o PiS convocou, de forma simultânea, um referendo com perguntas sobre imigrantes e economia, o qual a oposição pediu que fosse boicotado.

As seções eleitorais foram abertas às 7h locais (2h em Brasília), e as pesquisas de boca de urna devem começar a ser divulgadas pouco depois do fechamento das urnas, previsto para as 21h locais (16h em Brasília).

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