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Polônia rejeita reabertura de processo de extradição de Polanski

A corte rejeitou o recurso de cassação, o que encerra em definitivo o procedimento de extradição iniciado em 2014

Roman Polanski: processo é motivado pelo estupro de uma menor de idade em 1977 (Julien M. Hekimian/Getty Images)

Roman Polanski: processo é motivado pelo estupro de uma menor de idade em 1977 (Julien M. Hekimian/Getty Images)

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AFP

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 13h33.

Última atualização em 6 de dezembro de 2016 às 13h33.

O Supremo Tribunal da Polônia rejeitou nesta terça-feira a reabertura do processo de extradição aos Estados Unidos do cineasta franco-polonês Roman Polanski pelo estupro de uma menor de idade em 1977.

A corte rejeitou o recurso de cassação apresentado pelo ministro da Justiça da Polônia, Zbigniew Ziobro, o que encerra em definitivo o procedimento de extradição iniciado em 2014 a pedido da justiça americana.

Roman Polanski, de 83 anos, não compareceu à audiência.

Os advogados o informaram imediatamente sobre a sentença por mensagem de texto.

"Ele está em Paris, rodando um filme", disse o advogado Jerzy Stachowicz.

"O caso está encerrado na Polônia, na Suíça, na França. Esperamos que um dia também aconteça nos Estados Unidos", completou.

O anúncio da rejeição do recurso foi feito pelo juiz Michal Laskowski, que citou o apoio à decisão do tribunal de Cracóvia, que já havia rejeitado a extradição de Polanski em 2015.

"Estou feliz com esta decisão que encerra um processo grotesco", declarou por sua vez o advogado francês do cineasta, Hervé Temime.

O juiz Michal Laskowski salientou que uma decisão sobre a cassação não dizia respeito ao mérito do caso, mas apenas à legalidade do processo judicial.

No entanto, ele observou que Polanski "já cumpriu sua sentença". Enquanto o acordo com o tribunal americano previa 90 dias de prisão, o artista passou um total de 353 dias de detenção nos Estados Unidos e na Suíça - de acordo com um cálculo feito pelo tribunal da Califórnia, citado pelo juiz.

Além disso, "38 anos se passaram desde o caso em questão, a parte lesada perdoou publicamente Polanski e este último lhe pagou a indenização que ela cobrava", disse ele.

"Desde então, Roman Polanski não teve problemas com a justiça. Há mais de 20 anos ele leva uma vida familiar estável, trabalha e é um cidadão polonês de 83 anos de idade", disse o magistrado.

Polanski vive na França, que não extradita seus cidadãos. Mas visita com frequência a Polônia. Segundo seus advogados, nos últimos tempos ele deixou de viajar ao seu país de origem, temendo ser preso.

Em outubro ele desistiu de ir ao funeral de um outro grande do cinema, Andrzej Wajda, que foi sepultado Cracóvia, no mesmo cemitério que o pai de Polanski.

Em 1977, na Califórnia, Roman Polanski, que tinha 43 anos, foi processado por ter violentado Samantha Geimer, que na época tinha 13 anos.

Depois de passar 42 dias na prisão e ser liberado sob fiança, o diretor, que se declarou culpado de "relações sexuais ilegais" com uma menor de idade, fugiu dos Estados Unidos antes do anúncio do veredicto, porque temia uma condenação forte, apesar do acordo alcançado com a justiça americana.

A linha de defesa dos advogados poloneses consistiu em demonstrar que o pedido de extradição não tinha fundamento, levando em consideração o acordo e o tempo que Polanski passou na prisão, e depois em prisão domiciliar na Suíça entre 2009 e 2010.

Samantha Geimer pediu diversas vezes que o caso fosse encerrado em definitivo, por desjar virar a página de uma vez por todas.

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