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Polônia realiza grande funeral para prefeito assassinado a facadas

Em várias cidades foram instalados telões para que as pessoas possam acompanhar a cerimônia ao vivo, em uma jornada de luto nacional

Polônia: o prefeito foi morto a facadas em um ato beneficiante por um ex-condenado (Martyna Niecko/Reuters)

Polônia: o prefeito foi morto a facadas em um ato beneficiante por um ex-condenado (Martyna Niecko/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de janeiro de 2019 às 11h45.

Varsóvia - Milhares de pessoas se concentraram neste sábado na cidade de Gdansk, na Polônia, para assistirem ao funeral do que ex-prefeito da cidade, Pawel Adamowicz, que foi assassinado na segunda-feira a facadas por um ex-condenado durante um ato popular beneficente.

O primeiro escalão do governo polonês presidiu o ato, na basílica de Santa Maria de Gdansk, ao qual também compareceu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que é natural dessa cidade.

Milhares de cidadãos lotaram as ruas próximas, em um ato simbólico com o qual quiseram dar seu último adeus a Adamowicz, prefeito de Gdansk durante os últimos 20 anos.

Em várias cidades polonesas foram instalados telões para que as pessoas possam acompanhar a cerimônia ao vivo, em uma jornada de luto nacional.

Ontem, o cortejo fúnebre de Adamowicz percorreu as ruas da cidade polonesa e foi acompanhado por milhares de cidadãos até a basílica de Santa Maria, onde ele será sepultado.

Antes, mais de 25 mil pessoas, segundo a polícia local, compareceram ao velório, com filas enormes que desafiaram as baixas temperaturas e o vento invernal da cidade litorânea.

Adamowicz tinha 53 anos e deixa esposa e duas filhas, de 15 e 8 anos.

O prefeito era membro do principal partido de oposição da Polônia, a força liberal de centro-direita Plataforma Cívica (Platforma Obywatelska, em polonês), e prefeito de Gdansk desde 1998, cargo para o qual foi reeleito no ano passado com 65% dos votos.

Além disso, Adamowicz era uma das figuras mais ativas do Plataforma Cívica em sua oposição à força governante na Polônia, o nacionalista Lei e Justiça, e tinha promovido várias campanhas em favor dos refugiados e contra as polêmicas reformas empreendidas pelo governo.

Nos últimos dias, algumas vozes acusaram o Lei e Justiça de alimentar a radicalização e a polarização da sociedade polonesa com sua retórica extremista.

Embora tudo indique que o assassino de Adamowicz é um desequilibrado que, inicialmente, não agiu por motivação política, o certo é que o prefeito de Gdansk já estava na mira das críticas dos setores mais reacionários da sociedade polonesa.

No ano passado, o grupo de extrema-direita Juventude Polonesa chegou a emitir certidões de óbito falsas para 11 prefeitos liberais, entre eles Adamowicz. Entre as causas de sua morte simbólica o grupo citou "o liberalismo, o multiculturalismo e a estupidez".

Nos últimos dias, a polícia polonesa prendeu várias pessoas acusadas de crimes de ódio nas redes sociais, que expressaram no ambiente virtual seu desejo de que as mortes de políticos liberais continuassem, e que festejaram o assassinato de Pawel Adamowicz.

O ministro da Justiça da Polônia, Zbigniew Ziobr, informou ontem que o detido pelo assassinato de Adamowicz, um ex-condenado de 27 anos, tinha planejado protagonizar "um ato espetacular em Varsóvia", chegou a se transferir para a capital polonesa após deixar a prisão e tentou entrar, sem sucesso, no palácio presidencial.

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