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'Polônia está pronta para responder ataques', diz primeiro-ministro sobre drones da Rússia

Em uma coletiva de imprensa após o incidente, Tusk mencionou que ativou o Artigo 4 da Otan, que permite consultas entre os membros da aliança quando qualquer país considera que sua segurança foi ameaçada

Publicado em 10 de setembro de 2025 às 07h42.

Última atualização em 10 de setembro de 2025 às 10h09.

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, declarou nesta quarta-feira, 10, que o país está preparado para "responder a ataques e provocações" após interceptar drones russos que violaram seu espaço aéreo. Tusk também acionou os aliados da Otan, convocando consultas emergenciais sobre a situação.

"Estamos diante de uma grande provocação. Estamos prontos para repelir qualquer ameaça. A situação é grave, e ninguém questiona que devemos nos preparar para diferentes cenários"

Segundo premiê polonês, 19 drones russos invadiram o espaço aéreo da Polônia e três foram abatidos por caças. As autoridades ainda continuam a busca por outros drones que possam ter permanecido no território polonês.

Em uma coletiva de imprensa após o incidente, Tusk mencionou que ativou o Artigo 4 da Otan, que permite consultas entre os membros da aliança quando qualquer país considera que sua segurança, integridade territorial ou independência política estão ameaçadas.

Embora a Polônia já tenha registrado algumas incursões de drones russos desde o início da guerra na Ucrânia em 2022, esta é a primeira vez que um membro da Otan respondeu militarmente a uma ameaça russa no contexto do conflito.

"Não há motivo para afirmar que estamos em guerra, mas nunca estivemos tão próximos de um confronto direto desde a Segunda Guerra Mundial", acrescentou Tusk.

O presidente da Polônia, Karol Nawrocki, também destacou a gravidade do episódio, chamando-o de "sem precedentes na história da Otan".

Fechamento de aeroportos e reforço aéreo

Como medida de precaução, o Aeroporto Internacional de Varsóvia e pelo menos dois outros — incluindo os de Rzeszów-Jasionka e Lublin — foram fechados, segundo Avisos aos Aviadores (NOTAM, na sigla em inglês) publicados pela Administração Federal de Aviação dos EUA.

Os documentos citam “atividades militares não planejadas relacionadas à segurança do Estado”.

O Comando Operacional destacou ainda que os sistemas de defesa aérea e radares atingiram o mais alto nível de prontidão, com aeronaves polonesas e da Otan mobilizadas. “As Forças Armadas polonesas estão totalmente preparadas para uma resposta imediata”, disse a nota.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, confirmou à CNN ter sido informado sobre a presença de drones russos no espaço aéreo da Polônia.

Mais cedo, a Força Aérea ucraniana chegou a publicar que os aparelhos ameaçavam a cidade polonesa de Zamosc, mas a declaração foi retirada posteriormente, segundo a Reuters.

Fronteira com a Bielorrússia será fechada

O episódio ocorre às vésperas do início dos exercícios militares Zapad 25, que serão realizados na Bielorrússia e no oeste da Rússia. As manobras de larga escala despertam preocupação na Polônia e nos países bálticos vizinhos, como Lituânia e Letônia.

“Na sexta-feira, começam as manobras russo-bielorrussas, muito agressivas do ponto de vista da doutrina militar, e realizadas muito perto da nossa fronteira”, afirmou o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, em reunião de governo.

Diante do cenário, Tusk anunciou que, a partir da meia-noite de quinta-feira, a Polônia fechará completamente sua fronteira com a Bielorrússia, incluindo passagens ferroviárias. A medida busca reforçar a segurança nacional frente ao aumento das tensões na região.

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