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Políticos dos EUA discordam sobre propostas fiscais

Críticos afirmam que a medida não será suficiente para ajudar a economia em dificuldade

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2010 às 16h56.

São Paulo - Republicanos e democratas dos EUA discordaram entre si neste domingo sobre o potencial impacto de uma proposta de Barack Obama para conceder descontos fiscais para pequenas empresas. Críticos afirmam que a medida não será suficiente para ajudar a economia em dificuldade.

Obama tem afirmado que é a favor dos cortes de impostos concedidos na era Bush para aquelas empresas com receita igual ou superior a US$ 250 mil por ano. Esses cortes vão expirar no final deste ano. Na sexta-feira, representantes do governo disseram que estavam estudando usar a receita que virá do vencimento desses cortes para financiar cerca de US$ 35 bilhões em cortes fiscais para pequenas empresas e trabalhadores.

Além disso, Obama planeja pedir ao Congresso nas próximas semanas que torne permanente um crédito fiscal para gastos com pesquisa empresarial, informação confirmada hoje por uma fonte do governo. A proposta de US$ 100 bilhões seria paga por meio das receitas geradas pelo encerramento de outros cortes de impostos corporativos. O presidente deverá anunciar o plano nesta quarta-feira em discurso sobre a economia em Cleveland.

O senador John McCain, republicano do Arizona, falando para a Fox News Sunday, sugeriu que as novas propostas da Casa Branca não serão suficientes. "Isso não irá resolver essa incerteza inacreditável que as pequenas e grandes empresas têm com relação ao seu futuro financeiro", disse ele.

"O povo norte-americano quer que paremos de gastar, então vamos dar-lhe alguma certeza. Vamos estender os atuais descontos fiscais e então vamos conceder mais alívios tributários para pequenas e grandes empresas e talvez o povo americano terá alguma confiança", disse McCain.

O senador Lindsey Graham, republicano da Carolina do Sul, argumentou que a extensão de todos os cortes tributários que estão vencendo poderia ajudar a criar empregos no setor privado. "Se você aumentar impostos agora em qualquer nível, ficará mais difícil criar empregos", disse ele ao programa "Meet the Press", da NBC. "A ideia de elevar impostos agora não faz sentido para a maior parte das pessoas".

O presidente da Associação Nacional das Pequenas Empresas, Todd McCracken, também expressou preocupações com a possibilidade de que os descontos fiscais vençam. Já os democratas disseram que seu objetivo, que é substituir os descontos fiscais sobre riquezas por créditos mais direcionados para os assalariados da classe média e pequenas empresas daria um impulso maior para a economia.

"O argumento econômico por trás disso é o de que os cortes de impostos para a classe média e as pequenas empresas são os dólares que mais provavelmente serão gastos para criar atividade econômica", disse o presidente do Comitê Democrata Nacional, Timothy Kaine, à "Fox News Sunday."

Ele também elogiou a proposta do governo para estender o crédito fiscal para a pesquisa e o desenvolvimento. "O presidente quer continuar dando às empresas o incentivo para que elas mantenham a inovação e a pesquisa que impulsionam nossa economia", afirmou.

O debate sobre como lidar com o vencimento desses incentivos vem num momento em que a taxa de desemprego atingiu 9,6% em agosto, depois de ficar em 9,5% nos meses anteriores. Ao mesmo tempo, cresce a preocupação sobre o aumento dos déficits orçamentários.

A economia em dificuldade e as pesquisas de opinião que mostram descontentamento com Washington despertaram preocupações dentro do Partido Democrata com a possibilidade de que os republicanos voltem a ter maioria na Câmara nas eleições de meio de mandato em novembro. As informações são da Dow Jones.

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