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Polícia turca detém produtor de filme sobre Erdogan

Autoridades o acusaram de ter laços com o clérigo muçulmano que o governo turco diz ter orquestrado a tentativa de golpe do ano passado

Mídia turca relatou que o trailer do novo filme causou revolta pública por mostrar a família de Erdogan morta a tiros (Umit Bektas/Reuters)

Mídia turca relatou que o trailer do novo filme causou revolta pública por mostrar a família de Erdogan morta a tiros (Umit Bektas/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de julho de 2017 às 10h50.

Istambul - A polícia da Turquia deteve o produtor de um filme sobre a vida do presidente turco, Tayyip Erdogan, nesta quinta-feira, acusando-o de ter laços com o clérigo muçulmano que o governo turco diz ter orquestrado a tentativa de golpe do ano passado, de acordo com a mídia estatal.

A prisão ocorreu um dia depois da divulgação nas redes sociais de um trailer do novo filme de Ali Avci intitulado "Despertar", que trata do golpe fracassado de 15 de julho. Cerimônias foram programadas para sábado para comemorar a ação que deixou 249 mortos.

A agência de notícias estatal Anadolu disse que Avci foi acusado de filiação à "Organização de Terror Gulenista", como a Turquia se refere ao movimento do clérigo Fethullah Gulen, ex-aliado e hoje inimigo de Erdogan residente nos Estados Unidos.

A polícia antiterror deteve Avci em sua casa de Istambul e também outro homem identificado como um fugitivo procurado por ser usuário do ByLock, um aplicativo de mensagens criptografadas que Ancara diz ser utilizado pelos seguidores de Gulen, acrescentou a agência.

A mídia turca relatou que o trailer do novo filme causou revolta pública por mostrar a família de Erdogan morta a tiros e um militar do Exército apontando uma arma para a parte de trás da cabeça do presidente enquanto ele reza.

O filme anterior de Avci, "O Chefe", foi lançado em março, um mês antes de um referendo que fortaleceu os poderes presidenciais.

A produção retratou Erdogan em termos essencialmente elogiosos como criança e prefeito de Istambul, quando foi preso por recitar um poema de temática religiosa.

Mais de 50 mil pessoas foram presas e aguardam julgamento, e 150 mil funcionários públicos, inclusive professores, juízes e soldados, foram suspensos ou demitidos em cumprimento da lei de emergência imposta em julho passado após o golpe.

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