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Polícia reprime violentamente protesto contra Ortega na Nicarágua

A polícia usou bombas, golpes e realizou 20 prisões na marcha "Unidos pela liberdade", que a oposição organizou em repúdio ao governo de Daniel Ortega

Polícia detém manifestante em protesto contra o presidente Manuel Ortega, em Managua (Oswaldo Rivas/Reuters)

Polícia detém manifestante em protesto contra o presidente Manuel Ortega, em Managua (Oswaldo Rivas/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de outubro de 2018 às 16h12.

A polícia nicaraguense reprimiu neste domingo (14) com bombas, golpes e cerca de 20 prisões a marcha "Unidos pela liberdade" que a oposição tentava realizar em Manágua em repúdio ao governo de Daniel Ortega.

Entre os detidos destacam-se vários dirigentes de grupos da sociedade civil e do dissidente Movimento de Renovação Sandinista (MRS), denunciaram os organizadores do protesto.

"Não atirem", "Liberdade", gritavam os manifestantes aos agentes que, de forma violenta, os cercaram no estacionamento de um shopping, onde estavam se agrupando para iniciar a manifestação.

Homens e mulheres, além de alguns idosos, foram espancados e arrastados pela rua para depois serem colocados em viaturas da polícia.

Alguns jornalistas também foram espancados e retidos, mas depois foram liberados, segundo denunciaram alguns meios de comunicação independentes.

"Não respeitam ninguém, nem idosos nem crianças. Isso demonstra que há uma escala superior de repressão", declarou Azhalea Solís, dirigente da Aliança Cívica de grupos sociais, empresários e estudantes.

No sábado, a polícia anunciou que não iria permitir marchas sem a devida autorização e que tomaria as medidas necessárias para impedi-las.

O secretário executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Pablo Abrao, qualificou no Twitter de "inaceitáveis atitudes repressivas e autoritárias neste momento na #Nicaragua". Um "estado de exceção vai se consolidando com medidas estatais incompatíveis com a democracia e os direitos humanos", acrescentou.

Os protestos contra o governo começaram em 18 de abril devido a uma reforma do sistema de seguro social, mas, após a violência que até agora já deixou 320 mortos, se converteu em uma demanda para a saída do governo de Ortega e de sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo.

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