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Polícia reprime protestos contra novo governo na Tunísia

Transição no país foi formada por 6 ministros do partido do presidente deposto

Tunisianos expatriados protestam contra clima de tensão no país (Franck Prevel/Getty Images)

Tunisianos expatriados protestam contra clima de tensão no país (Franck Prevel/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2011 às 20h00.

Tunísia - A Polícia reprimiu nesta terça-feira em Túnis dezenas de grupos que protestam em diferentes pontos da capital contra a composição do novo Governo de transição do país, formado por seis ministros do partido do presidente deposto, segundo constatou a Agência Efe.

Na avenida Habib Burguiba, no centro de Túnis, cerca de uma centena de pessoas tentaram formar uma manifestação que foi dissolvida em poucos minutos pelas Forças policiais com lançamento de gás lacrimogêneo.

Os manifestantes se dispersaram pelas ruas adjacentes perseguidos por dezenas de agentes policiais, que reprimiram o grupo com cassetetes, enquanto não se escutaram disparos.

Ao mesmo tempo, em outros pontos da capital, cerca de 20 protestos e concentrações contra o novo Governo foram dissolvidos igualmente pelas Forças antidistúrbios, informaram à Efe habitantes de diversos bairros.

Neste momento, o caos volta às ruas no centro da cidade, onde nuvens de gás lacrimogêneo se observam em várias regiões, sobrevoadas por helicópteros policiais.

Diversas páginas de internet e redes sociais incentivavam os tunisianos para protestarem nesta terça-feira contra a presença de membros do Reunião Constitucional Democrática (RCD), o partido do presidente foragido, Zine el Abidine Ben Ali.

Do total, 12 dos 19 ministros do novo Executivo que deve conduzir a transição até a convocação de eleições são membros do RCD, que ocupou durante décadas o poder no país.

O Gabinete inclui pela primeira vez dirigentes dos três partidos de oposição legal, além de representantes sindicais e dos movimentos sociais.

As centenas de pessoas que tentam manifestar-se pela capital gritam palavras de ordem contra o novo Governo e demandam a dissolução do RCD.

Os partidos de oposição ilegal, principalmente islamitas e comunistas, também criticaram duramente nesta terça-feira a composição do Executivo de transição.

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