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Polícia prende mais manifestantes em Hong Kong

Há quatro meses, Hong Kong passa por sua pior crise política desde que o Reino Unido devolveu o território à China em 1997

Policiais removem barricada em Hong Kong: mais violência nos protestos (Athit Perawongmetha/Reuters)

Policiais removem barricada em Hong Kong: mais violência nos protestos (Athit Perawongmetha/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de outubro de 2019 às 13h40.

Última atualização em 13 de outubro de 2019 às 13h44.

A polícia de Hong Kong fez novas detenções, neste domingo 13, durante os protestos organizados em vários bairros por manifestantes do movimento pró-democracia e que pareceram mais esvaziados do que nos eventos anteriores.

Algumas das manifestações acabaram em confrontos entre as forças de segurança e ativistas. Vários deles estavam com o rosto coberto e saquearam lojas leais ao governo chinês. Também bloquearam ruas e lançaram objetos em vias férreas.

De acordo com a polícia, um agente foi hospitalizado com um ferimento no pescoço. As emissoras de televisão locais transmitiram imagens de um homem agredido até sangrar por manifestantes, que suspeitaram de que ele fosse um agente à paisana após encontrarem um cassetete em sua mochila.

Os policiais disseram ter usado gás lacrimogêneo em dois incidentes separados.

No bairro de Mongkok, na península de Kowloon, vários manifestantes ergueram uma barricada de bambu e foram presos.

No setor de Tai Po, mais ao norte, as forças de segurança invadiram um shopping, onde os ativistas fizeram pichações acusando as lojas de apoiarem os governos de Hong Kong e de Pequim. Um prédio público próximo foi saqueado. Além disso, houve protesto em pelo menos outros quatro bairros.

"Estou furiosa! Quero que o governo dissolva todas as forças policiais!", disse à AFP uma mulher que se identificou como Chan.

Pouco depois, na mesma área, um jornalista da AFP presenciou manifestantes que agrediam uma mulher de meia-idade, com socos e golpes de guarda-chuva, além de sujarem seu rosto de lama. Ela teria colaborado com a polícia para desmantelar barricadas.

Em outro ato, um grupo de manifestantes transportou, escondido, uma estátua que se tornou um símbolo de sua mobilização até o topo de uma montanha emblemática da ex-colônia britânica, a Pedra do Leão, na península de Kowloon.

A estátua, chamada "Lady Liberty", obra de um artista de Hong Kong de 32 anos, retrata um manifestante com uma máscara de gás, óculos e capacete. De acordo com seu criador, Alex, o objeto foi transportado à noite, ao longo da íngreme estrada que leva ao cume, a 495 metros de altitude.

Em uma das mãos, ela segura um guarda-chuva, símbolo do movimento pró-democracia de Hong Kong. Na outra, um cartaz preto, onde se lê: "Libertem Hong Kong, a revolução do nosso tempo".

Há quatro meses, Hong Kong passa por sua pior crise política desde que o Reino Unido devolveu o território à China em 1997. Em atos quase diários, manifestantes vão às ruas para exigir reformas democráticas e denunciar a crescente interferência de Pequim nos assuntos desta região semiautônoma.

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