Costa de cidade em Zanzibar, na Tanzânia: vítimas sofreram ferimentos no rosto, no peito, nas mãos e na barriga, mas não correm risco de morte (Wegmann/ Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2013 às 14h37.
Dar-es-Salam - A polícia da ilha de Zanzibar, na Tânzania, ofereceu nesta sexta-feira uma recompensa de 10 milhões de xelins (US$ 6,2 mil) para quem der alguma informação que ajude na captura dos autores de ataque com ácido contra duas jovens britânicas.
Ninguém ainda foi preso pela agressão, que aconteceu na última quarta-feira.
A recompensa será dada pelo Ministério de Informação e Turismo de Zanzibar. É uma quantia pequena para os padrões dos países desenvolvidos, mas representa um valor significativo para os nativos, que têm renda média mensal de menos de US$ 500.
O delegado responsável pelo caso, Mkadam Khamis, já interrogou sete pessoas, incluindo um guia turístico e um comerciante, e dois deles ainda estão sob custódia, apesar de não terem sido acusados formalmente.
"Estas pessoas estavam no lugar do incidente, por isso são importantes para a investigação", ressaltou Khamis.
O presidente de Zanzibar (um território semi-autônomo da Tanzânia), Ali Mohammed Shein, falou ontem sobre o ataque e mandou uma advertência aos autores: "Para esses criminosos nossa mensagem é clara. Vamos capturá-los".
As vítimas, de 18 anos, Kate Gee e Kirstie Trup, que trabalham como voluntárias para a ONG Art in Tanzânia, sofreram diversos ferimentos no rosto, no peito, nas mãos e na barriga, mas não correm risco de morte.
Elas foram levadas de Stone Town, capital de Zanzibar e local do ataque para o Hospital Aga Khan de Dar-es-Salam, capital comercial da Tanzânia.
O presidente tanzaniano, Jakaya Kikwete, visitou ontem as jovens e já ordenou uma investigação. "Este vergonhoso ataque mancha a boa imagem de nosso país", afirmou Kikwete.
O ataque contra as jovens aconteceu quando saiam para jantar. Dois desconhecidos em uma moto jogaram ácido nas garotas.
No último ano, a ilha, cuja principal fonte de renda é o turismo, foi palco de vários ataques, incluindo um com ácido cometido contra um clérigo muçulmano em novembro de 2012, e a morte de um sacerdote católico a tiros em fevereiro deste ano.
O arquipélago de Zanzibar, famoso mundialmente por suas exóticas praias de areia branca, fica a 50 quilômetros da Tanzânia continental.