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Polícia mantém cerco a assassino de Toulouse

O ministro do Interior da França afirmou que não sabe se o militante da Al Qaeda continua vivo

"É bastante estranho que não tenha reagido às cargas explosivas", disse o ministro Claude Guéant
 (Pascal Pavani/AFP)

"É bastante estranho que não tenha reagido às cargas explosivas", disse o ministro Claude Guéant (Pascal Pavani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2012 às 07h32.

Toulouse - Apontado como autor de sete assassinatos na França, Mohamed Merah, afirmou que deseja morrer "com as armas na mão", depois de passar uma segunda noite entrincheirado em seu apartamento de Toulouse (sudoeste), informou o ministro do Interior, que não sabe se o militante da Al Qaeda continua vivo.

Merah, um francês de origem argelina, de 23 anos, anunciou na quarta-feira a intenção de se entregar, mas desde então "entrou em uma lógica de ruptura", disse o ministro Claude Guéant.

Guéant afirmou estranhar a falta de reação de Merah às fortes explosões efetuadas pela polícia durante a noite nas proximidades do apartamento do islamista no bairro de Côté Pavée de Toulouse, como parte de uma estratégia de desgaste psicológico para forçar a rendição.

"Temos uma prioridade, que (Merah) possa render-se para que seja entregue à justiça, e portanto capturá-lo vivo: esperamos que continue vivo. Mas é bastante estranho que não tenha reagido às cargas explosivas", disse Guéant.

As autoridades cercaram a residência de Merah à 3H20 (23H20 de Brasília, terça-feira) da madrugada de quarta-feira, com a intenção de prendê-lo para que fosse interrogado sobre os assassinatos, cometidos em um período de oito dias, de três militares e de quatro membros da comunidade judaica, incluindo três crianças, em Toulouse e na cidade vizinha de Montauban.

Os crimes espalharam pavor e sacudiram o panorama político da França, que em 22 de abril terá o primeiro turno da eleição presidencial, na qual o presidente Nicolas Sarkozy espera obter um segundo mandato.

Além das explosões, a polícia cortou a luz do bairro durante a noite. Uma tentativa de mediação com parentes de Merah não teve sucesso durante a noite.


De acordo com Guéant, Merah admitiu ser o autor dos sete assassinatos e afirmou ter atuado de maneira sozinha, depois de ter aceitado uma "missão" da Al-Qaeda para cometer um atentado na França.

O procurador que investiga os ataques, François Molins, afirmou que a unidade de elite da polícia fez várias tentativas de entrar no apartamento na quarta-feira, mas foi recebida a tiros em todas as oportunidades. Dois agentes ficaram feridos.

O islamista "não expressa nenhum pesar", exceto o de não ter provocado mais vítimas e celebra o fato de ter "colocado a França de joelhos", disse o ministro. Merah tinha planos de matar dois policiais de Toulouse e um militar na quarta-feira.

O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, considerou nesta quinta-feira que é necessário esclarecer uma eventual falha dos serviços de inteligência na vigilância de Merah.

Mas o ministro do Interior defendeu a investigação que levou a polícia até Mohamed Merah, suspeito de pertencer ao islamismo radical desde que fez duas viagens ao Paquistão e Afeganistão em 2010 e 2011.

"A DCRI (serviço de inteligência) segue muitas pessoas que estão comprometidas com o radicalismo islamita. Expressar ideias, manifestar opiniões salafistas não basta para ser levado à justiça", disse Guéant.

Vários analistas questionaram a vigilância dos jihadistas pela inteligência francesa e perguntaram o motivo da demora na detenção de Merah após os primeiros assassinatos.

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