Policiais das Maldivas: Gayoom teria subornado parlamentares e criado discórdia entre as forças de segurança (Reuters)
EFE
Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 16h12.
Colombo - A polícia das Maldivas acusou nesta quarta-feira de tentativa de golpe de Estado o ex-ditador Maumoon Abdul Gayoom, meio-irmão do atual presidente, Abdulla Yameen, e o chefe do Supremo Tribunal, Abdullah Saeed, ambos detidos na madrugada de terça-feira em pleno estado de emergência no país.
Em um comparecimento perante os meios em Malé, o chefe da polícia em funções, Abdulla Nawaz, afirmou que têm "provas" contra Gayoom, aliado da oposição, e dois juízes da máxima instância, que na quinta-feira retiraram as acusações de nove políticos opositores, segundo o canal local "Raajje Tv".
Gayoom, que governou com mão de ferro desde 1978 até 2008, o presidente do máximo órgão judicial, o juiz Ali Hameed, e o secretário judicial Hassan Saeed foram detidos na madrugada de terça-feira, horas depois de Yameen declarar estado de emergência no país durante 15 dias.
Segundo Nawaz, que foi nomeado por Yameen no sábado, Gayoom subornou parlamentares e criou discórdia entre as forças de segurança com a intenção de forçar a deposição do atual presidente, enquanto os magistrados teriam aceitado subornos, obstruído a Justiça e mudada sentenças.
Yameen declarou na segunda-feira o estado de emergência no arquipélago, depois que na quinta-feira o Supremo Tribunal anulou as condenação contra nove opositores e reabilitau no cargo 12 deputados contrários ao governo.
A decisão judicial abriu uma crise quando Yameen decidiu desacatar a ordem e declarar emergência, e ao mesmo tempo deter o presidente, um magistrado do Supremo e Gayoom.
Em uma mensagem ontem à nação, Yameen acusou de "conspiração" e "golpe" o Supremo Tribubal e mais tarde três magistrados da máxima instância judicial - os que não estão detidos - emitiram uma decisão destinada a revogar a decisão da semana passada.