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Polícia investiga ataque em Oregon que deixou 10 mortos

Segundo os primeiros elementos levantados pelos investigadores, o agressor foi descrito pelos vilzinhos como um jovem introvertido


	Policiais vasculham local na Universidade Umpqua Community College, em Roseburg, Oregon, no dia 1° de outubro de 2015
 (The News-Review/AFP / Michael Sullivan)

Policiais vasculham local na Universidade Umpqua Community College, em Roseburg, Oregon, no dia 1° de outubro de 2015 (The News-Review/AFP / Michael Sullivan)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2015 às 14h19.

Roseburg - A polícia buscava nesta terça-feira explicações para o ataque que deixou dez mortos - entre os quais o atirador - e sete feridos em uma universidade do estado americano do Oregon.

A mais nova tragédia ocorrida em um centro de ensinodos Estados Unidos deixou o presidente Barack Obama profundamente irritado e ele voltou a defender o controle sobre as armas.

Segundo os primeiros elementos levantados pelos investigadores, o agressor foi descrito pelos vilzinhos como um jovem introvertido.

"A polícia está investigando de porta em porta e foram à casa do atirador. Mas é muito cedo para dizer qual foi a motivação", afirmou o chefe de polícia do condado, John Hanlin.

Ele também não quis revelar o nome do agressor, que morreu na troca de tiros com a polícia no local do ataque, o campus da Umpqua Community College.

Vários meios de comunicação, no entanto, o identificaram como Chris Harper Mercer, de 26 anos, aparentemente estudante do centro universitário.

Hanlin também não confirmou os testemunhos afirmando que o atirador teria perguntado aos estudantes se eles eram cristãos antes de disparar contra eles.

A polícia isolou o prédio onde o agressor morava para impedir o acesso da imprensa, mas os vizinhos não escondiam o assombro da situação.

Mary Moore, auxiliar de enfermagem de 57 anos, mora no apartamento em cima do de Harper Mercer e se declara chocada por saber que era vizinha do autor do massacre.

Outros vizinhos descreveram Harper Mercer como um jovem ansioso e taciturno, que vivia com a mãe. Botas militares, calça militar e camiseta branca: todos os dias ele se vestia da mesma forma, segundo contaram ao jornal The New York Times.

"Não era um tipo de pessoa muito amistosa", declarou outra vizinha, Bronte Hart. "Não queria se dar com ninguém".

Estudantes em pânico

Segundo um homem que teve a filha ferida, o atirador mandou que os estudantes ficassem de pé se fossem cristãos, antes de disparar contra eles. "Ele disse: 'Pois bem, se forem cristãos, verão Deus em um segundo'", contou Stacy Boylan à CNN.

Sua filha sobreviveu fazendo-se passar por morta e contou que o atirador invadiu a sala de aula e disparou contra o professor à queima-roupa.

Cassandra Welding, outra estudante que estava na sala ao lado, contou à CNN que, ao ouvir os disparos, todos seus colegas se jogaram para debaixo das mesas. Segundo ela, uma de suas colegas foi ver o que estava acontecendo e, quando abriu a porta, foi baleada.

Os estudantes em pânico fecharam então a porta, apagaram a luz e ligaram para a polícia e suas famílias, tentando se proteger com tudo que encontravam pela frente.

Segundo fontes citada pela CBS News, foram encontradas quatro armas - três pistolas e um fuzil - no local do ataque.

"É uma tragédia que marcará nossa comunidade por muito tempo. Já não podemos confiar nas pessoas", lamenta Missy, de 39 anos, mãe de um dos feridos.

De acordo com relatos, o atirador agiu de forma bastante metódica, indo de uma sala para outra.

Durante a noite de quinta, dezenas de pessoas se reuniram para uma vigília de oração pelas vítimas da tragédia.

O perímetro do campus permanecerá fechado até segunda-feira.

Triste rotina

O presidente americano, Barack Obama, declarou sua ira e tristeza com o massacre, e voltou a fazer um apelo inflamado por uma legislação para o controle de armas.

"De alguma forma isto virou rotina", disse Obama na Casa Branca. "Realmente podemos fazer algo a respeito, mas teremos que mudar nossas leis. Não pode ser assim tão fácil para alguém que quer ferir outras pessoas conseguir uma arma".

Visivelmente afetado, Obama lembrou que, "como já disse há um mês e tenho dito meses antes disso e também cada vez que isto acontece, nossos pensamentos e orações simplesmente não são suficientes. Isto não é suficiente".

Nos Estados Unidos, disse, "há aproximadamente uma arma de fogo para cada homem, mulher e criança. Como é que alguém pode argumentar que mais armas nos deixam mais seguros?".

Obama reiterou seu chamado ao Congresso para que aja diante da nova comoção nacional com o massacre e discuta algum tipo de legislação de controle de armas.

Na última década, mais americanos morreram vítimas de atos de violência armada do que em "atos de terrorismo, no entanto, temos um Congresso que explicitamente nos impede sequer de coletar informação sobre como podemos reduzir as mortes violentas".

Tiroteios são muito comuns em escolas e universidades nos Estados Unidos. Um deles ocorreu em uma escola na Dakota do Sul, na quarta-feira, deixando um ferido, enquanto um outro, no início de setembro, em uma universidade em Sacramento, fez um morto e dois feridos.

Um jovem de 20 anos assassinou 26 pessoas, incluindo 20 crianças, na escola Sandy Hook em Newtown (Connecticut), em 14 de dezembro de 2012.

Em 16 de abril de 2007, um estudante de 23 anos, de origem coreana, matou 32 pessoas antes de cometer suicídio no campus da universidade de Virginia Tech, Blacksburg (Virgínia). Este foi o pior massacre na história do país em tempos de paz.

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