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Polícia invade café e encerra sequestro de 16 horas

A polícia confirmou que a "operação terminou", mas não divulgou detalhes sobre o destino do homem ou das demais pessoas que estavam no interior do café


	Policial perto de cafeteria: polícia confirmou que a "operação terminou"
 (Jason Reed/Reuters)

Policial perto de cafeteria: polícia confirmou que a "operação terminou" (Jason Reed/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 15h43.

Sydney - Um grupo de policiais fortemente armados invadiu um café no centro financeiro de Sydney, encerrando um cerco envolvendo um homem armado que manteve vários reféns no local por mais de 16 horas.

A polícia confirmou que a "operação terminou", mas não divulgou detalhes sobre o destino do homem ou das demais pessoas que estavam no interior do café.

Após uma série de ruídos altos, a polícia invadiu o Lindt Chocolat Cafe às 2h15 de terça-feira (horário local) pouco depois de seis reféns terem saído correndo do local.

Uma refém foi baleada na perna, informou o funcionário de um hospital. Depois de a polícia ter entrado no local, uma mulher em prantos saiu da loja com a ajuda de policiais e pelo menos outras duas foram retiradas em cadeira de rodas e macas.

O porta-voz do hospital Royal North Shore, Jenny Dennis, disse que uma refém ferida está em estado grave mas estável.

Uma maca saiu do café com o que parecia ser um homem sob uma camiseta ensanguentada.

Uma mulher com o pé coberto de sangue também saiu de maca. Informações oficiais não indicavam se algum refém foi morto.

A polícia sequer falou sobre os feridos. A rede de televisão CNN informou a morte de duas pessoas.

A ação policial aconteceu pouco depois de o homem ter sido identificado por meios de comunicação locais como o iraniano Man Haron Monis, autoproclamado clérigo muçulmano que é acusado, dentre outras coisas, de assédio sexual e participação no assassinato da ex-mulher.

Monis está no radar das autoridades há tempos. No ano passado, ele foi sentenciado a 300 horas de trabalhos comunitários por escrever cartas ofensivas às famílias de soldados mortos no Afeganistão.

Posteriormente, ele foi indicado por participar do assassinato de sua ex-mulher. No início deste ano, foi acusado por assédio sexual a uma mulher em 2002. Ele estava livre sob fiança.

Afroz Ali, imã do subúrbio predominantemente muçulmano de Bankstown, no oeste de Sydney, descreveu Haron como um homem perigoso, que provavelmente perdeu o controle por causa de seus contínuos problema com as autoridades australianas.

Ali disse que Haron é iraniano, mas é visto como dissidente na comunidade xiita de Sydney.

"Definitivamente, ele não é reconhecido pela comunidade xiita. Ele vem operando de forma oculta", declarou Ali, pouco antes do fim do cerco ao café.

O cerco teve início por volta das 9h45 de segunda-feira em Martin Place, praça do bairro financeiro de comercial do centro de Sydney que, nesta época do ano, está cheio de pessoas fazendo compras.

Durante o dia, várias pessoas foram vistas com seus braços levantados e as mãos sobre as janelas de vidro do café. Duas pessoas seguravam uma bandeira com a Shahada, a profissão de fé islâmica, escrita em árabe.

Uma série de grupos muçulmanos australianos condenou o fato de Monis ter feito reféns em um comunicado conjunto.

Esses grupos também afirmaram que a inscrição na bandeira é "um testemunho de fé que foi indevidamente apropriado por indivíduos equivocados".

Numa demonstração de solidariedade, muitos australianos se ofereceram no Twitter para acompanhar pessoas vestidas com roupas muçulmanas que estiverem com medo de retaliação por causa do evento no café.

A hashtag (#) IllRideWithYou (eu andarei com você) foi usada mais 90 mil vezes na noite de segunda-feira (horário local).

Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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