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Polícia egípcia vedou acesso a brasileiros, diz embaixador

Cesário Melantônio, embaixador do Brasil no Egito, conta que diplomata brasileiro foi impedido de entrar em hotel para atender a turistas

Incidente diplomático entre Brasil e Egito foi o primeiro desde que os protestos começaram (Chris Hondros/Getty Images)

Incidente diplomático entre Brasil e Egito foi o primeiro desde que os protestos começaram (Chris Hondros/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2011 às 10h43.

São Paulo - Nesta quarta-feira (2), a polícia do Egito impediu a embaixada brasileira de prestar assistência diplomática a um grupo de brasileiros hospedados em um hotel no Cairo. Este foi o primeiro incidente diplomático envolvendo os dois países desde que os protestos começaram, de acordo com o embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantônio Neto, que falou por telefone à reportagem de EXAME.com.

"Estes quatro brasileiros que estão aqui a turismo entraram em contato conosco e pediram que alguém da embaixada fosse visitá-los. Eu enviei um diplomata, mas a polícia local não deixou que ele entrasse no hotel", disse Melantônio.

O embaixador explicou que a atitude da polícia fere princípios básicos do direito internacional. Segundo ele, há um acordo assinado por diversos países, inclusive Egito e Brasil, que garante a assistência consular em qualquer situação.

Melantônio disse que o Itamaraty já foi notificado da situação, e a embaixada brasileira no Cairo vai reclamar formalmente com o governo. Os brasileiros permanecem no hotel, e mantém contato com a embaixada apenas pelo telefone.

Dia D

Segundo o embaixador, a próxima sexta-feira (4) pode ser o dia mais tenso da semana no Egito. Grupos de oposição ao governo de Hosni Mubarak estão organizando uma manifestação maciça, à qual eles chamam de "departure day", ou o dia da partida.

"Com isto eles querem dizer que amanhã será o dia da partida de Mubarak do poder", disse o embaixador. Segundo ele, um dos principais líderes da oposição, o ex-diplomata Mohamed El-Baradei, afirma que não haverá negociação com o exército antes da queda de Mubarak.

Ainda de acordo com Melantônio, a tensão pode ser ainda maior se rumores que circulam no país se concretizarem. "O que temos ouvido é que o vice-presidente recém indicado, Omar Suleiman, está considerando renunciar ao cargo", disse.

Veja também: "Crise no mundo árabe: qual país pode ser o próximo?"

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