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Polícia busca "alguns poucos" desaparecidos após tornado

"Percorri a área esta manhã", declarou Mick Cornett, prefeito de Oklahoma City. "A impressão que se tem é que ninguém podia ter sobrevivido a isto"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2013 às 08h53.

Washington - Em meio a veículos revirados e a pilhas de escombros na cidade americana de Moore, equipes de resgate seguiam procurando "alguns poucos" moradores desaparecidos, um dia depois da passagem de um tornado na segunda-feira que deixou pelo menos 24 mortos.

"O corpo médico confirmou até o momento 24 mortes. (...) Obviamente pode haver outras nos próximos dias. A busca continua, principalmente em Moore porque devemos cobrir uma área muito ampla", disse o chefe da Polícia de Oklahoma City, Billy Citty, em uma entrevista coletiva à imprensa.

"Vamos seguir tentando encontrar todos", acrescentou Craig Fugate, da agência federal de gestão de desastres (Fema).

Na terça antes do meio-dia, a chefe do serviço forense de Oklahoma City, Amy Elliott, disse à AFP que o necrotério tinha recebido 24 corpos, sendo nove deles de crianças, e que a maioria tinha sido identificada. Registros anteriores haviam indicado 91 mortos, entre os quais 20 crianças.

O tornado, de até 3 km de largura, arrasou a cidade de Moore, ao sul de Oklahoma City, destruindo em sua passagem casas, escolas, prédios, arrancando árvores pela raiz e semeando o pânico entre os moradores.

Somado a este panorama desolador, os fornecimentos de água e de energia elétrica tinham sido interrompidos.

"Percorri a área esta manhã", declarou Mick Cornett, prefeito de Oklahoma City. "A impressão que se tem é que ninguém podia ter sobrevivido a isto".

"E, no entanto, sabemos que alguns conseguiram", disse. "Sabemos que algumas pessoas conseguiram sair se arrastando entre os escombros, e estamos falando de mais de um metro de material para onde quer que se olhe", disse Cornett. "Foi a mãe de todas as tempestades", concluiu.


Mais de cem pessoas achadas entre os escombros

Além das 24 mortes confirmadas, o tornado também deixou pelo menos 237 feridos, indicou Mary Fallin, governadora do estado.

Ela ressaltou, no entanto, que não há um registro definitivo de falecidos. "Sabemos que vários corpos foram levados para o serviço de medicina forense, mas também soubemos que outros podem ter sido levados para funerárias locais", explicou.

Além disso, na noite de segunda para terça-feira, 101 pessoas foram encontradas vivas entre os escombros.

Os serviços de meteorologia indicaram que o tornado percorreu a região durante cerca de 40 minutos e que os moradores foram alertados "16 minutos" antes que se formasse.

A força do tornado foi EF5 na escala de magnitude desses fenômenos, a máxima, com ventos de mais de 320 Km/h, disse à AFP Kelly Pirtle, do Serviço Meteorológico Nacional.

"Este foi um tornado EF-5, o mais forte na classificação" vigente, destacou Pirtle.

Segundo Jean-Marie Carrière, diretor do serviço de meteorologia francês, "no que diz respeito à gravidade", o tornado de Moore "está no topo".

Nesta terça, o fenômeno se deslocava para o leste e para o nordeste, e são previstas "violentas tempestades" e tornados para o sudoeste de Arkansas e o noroeste da Louisiana, chegando até o Illinois e o Wisconsin, no norte do país.

"Hoje rezamos pelos habitantes de Oklahoma", disse o presidente americano, Barack Obama, em um discurso televisionado na Casa Branca, no qual prometeu que se manterá ao lado da população afetada nos esforços de resgate e reconstrução.

Obama declarou a região "área de desastre", abrindo caminho para a ajuda federal, e a secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, deve viajar até o local na quarta-feira.

O secretário-geral da ONU, Ban ki-moon, expressou nesta terça seus pêsames às famílias das vítimas e ofereceu a ajuda da organização às vítimas do tornado.


Uma zona de guerra

Segundo a rede News9, foram instalados abrigos de emergência na cidade, principalmente nas igrejas, e os apelos por doações se multiplicavam nas redes sociais.

Joe Jolly, morador de Moore, indicou à rádio pública NPR que seu bairro parecia "uma zona de guerra".

"Praticamente fiquei sem casa", disse.

Steve Wilkerson também perdeu sua casa, mas está feliz que sua família tenha sobrevivido. "Vou reconstruir tudo. Preciso ir em frente. Gostaria de respirar fundo e chorar, mas temos que ser fortes e seguir", declarou ele à CNN.

A cidade de Moore já tinha ficado parcialmente destruída por um fenômeno deste tipo em maio de 1999 que deixou 41 mortos.

Os Estados Unidos são o país mais atingido por tornados, com uma média de 1.200 por ano, segundo a agência nacional oceanográfica e atmosférica americana.

O estado de emergência havia sido decretado no domingo em 16 condados de Oklahoma.

Na quinta passada, dez tornados atingiram o estado vizinho do Texas (sul), deixando um registro ao menos seis mortos e dezenas de feridos.

*Matéria atualizada às 8h53 de 22/05

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