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Polícia anuncia sequestro recorde de bens da máfia siciliana

Este é um dos maiores golpes infligidos na "Cosa Nostra" e, em particular, nos seus esforços para lavar dinheiro


	Polícia italiana: os bens apreendidos permanecerão nas mãos do Estado italiano, que por vários anos adotou leis específicas para esses casos.
 (©AFP / Valery Hache)

Polícia italiana: os bens apreendidos permanecerão nas mãos do Estado italiano, que por vários anos adotou leis específicas para esses casos. (©AFP / Valery Hache)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2013 às 14h43.

Roma - A polícia italiana anunciou nesta quarta-feira o sequestro definitivo e recorde de bens da máfia siciliana no valor de 1,3 bilhão de euros, de um empresário do setor de energia renovável.

Este é um dos maiores golpes infligidos na "Cosa Nostra" e, em particular, nos seus esforços para lavar dinheiro, de acordo com o Departamento de Investigação Anti-Máfia (DIA).

As autoridades italianas confiscaram de Vito Nicastri, de 57 anos, conhecido como "Senhor dos ventos", um total de 43 empresas e ações em sociedades, 98 propriedades (imóveis, terrenos), 7 veículos e 66 contas bancárias e ativos financeiros no montante de "mais de 1,3 bilhão de euros", indicou o DIA, em um comunicado.

Esses bens, distribuídos por várias regiões da Itália, haviam sido confiscados em setembro de 2010, e a justiça da Sicília confirmou o sequestro definitivo, que agora passam a ser administrados pelo Estado.

Nicastri esteve à frente de uma empresa especializada em produção de energia fotovoltaica e eólica no sul da Itália, um setor novo e em expansão por meio do qual realizava a lavagem de dinheiro das atividades ilegais da máfia.

"É uma atividade com a qual pode-se lavar um monte de dinheiro de forma fácil", indicou Arturo De Felice, chefe da DIA, durante uma coletiva de imprensa em Roma.


Nicastri era considerado um dos homens mais próximos de Matteo Messina Denaro, atualmente chefe da "Cosa Nostra", a temida organização criminosa siciliana.

"Nós atingimos o homem de confiança do capo, a vida está ficando complicada para ele", comentou Felice.

Além disso, o empresário foi condenado a permanecer em prisão domiciliar no município de Alcamo, na Sicília, por três anos, segundo o comunicado da DIA.

Os bens apreendidos permanecerão nas mãos do Estado italiano, que por vários anos adotou leis específicas para esses casos.

"Um administrador judicial será nomeado e os benefícios serão entregues ao Estado", explicou o funcionário, indicando que entre os principais beneficiários estão as forças de segurança, que geralmente usam os veículos e as casas apreendidas na luta contra a máfia.

Desde sua criação em 1991, a DIA prendeu um total 10.107 pessoas, capturou 160 fugitivos, apreendeu bens no valor de 1,5 bilhão de euros e colocou sob sequestro bens em um valor aproximado de 309 milhões de euros.

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