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Polícia alemã detém islamita suspeito de ataque em Dortmund

Segundo a procuradoria federal do país, a investigação sobre o ataque está focada "em dois suspeitos da esfera islamita, um dos quais foi detido"

Polícia: a promotoria parte do princípio de que o motivo do ataque foi "terrorista" (Kai Pfaffenbach Livepic/Reuters)

Polícia: a promotoria parte do princípio de que o motivo do ataque foi "terrorista" (Kai Pfaffenbach Livepic/Reuters)

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EFE

Publicado em 12 de abril de 2017 às 09h54.

Última atualização em 12 de abril de 2017 às 10h31.

Dortmund - A Procuradoria Federal da Alemanha informou nesta quarta-feira que o ataque com explosivos contra o ônibus do time de futebol do Borussia Dortmund está sendo investigado como um atentado "terrorista" e adiantou que uma pessoa de "entorno islamita" foi detida temporariamente.

A porta-voz da Procuradoria, Frauke Köhler, confirmou à imprensa que foram encontrados três textos idênticos no local da explosão que apontam para "um possível contexto islamita", pedindo que a Alemanha retire os aviões que participam da missão militar na Síria e o fechamento da base aérea dos Estados Unidos em Ramstein, no sudoeste do país.

A porta-voz acrescentou que um site da internet de extrema-esquerda também reivindicou a autoria do ataque, mas os investigadores têm "dúvidas consideráveis" sobre a veracidade dessa mensagem.

As forças de segurança têm na mira dois suspeitos ligados a movimentos islamitas e fizeram buscas em suas residências, mas apenas um deles foi detido temporariamente enquanto as autoridades avaliam se será solicitada a sua prisão.

O ataque aconteceu ontem por volta das 19h15 locais (14h15 de Brasília) quando três explosões atingiram o ônibus do Dortmund que seguia rumo ao estádio para enfrentar o Monaco no jogo de ida das quartas de final da Liga dos Campeões da Europa.

O jogador espanhol Marc Bartra ficou ferido em um dos braços pelos estilhaços da explosão, mas Köhler explicou que os danos poderiam ter sido muito mais graves.

Os artefatos, que estavam posicionados atrás de uma cerca-viva, continham peças de metal e uma delas penetrou no encosto de cabeça de um dos bancos do ônibus.

O alcance dos explosivos, cuja composição ainda está sendo investigada, superou os 100 metros, detalhou a porta-voz da Procuradoria Federal.

Pelo tipo de ataque, os investigadores assumem que se trata de um atentado com "contexto terrorista", mas Köhler insistiu que "os motivos concretos ainda não estão claros".

O ministro do Interior da Renânia do Norte-Westfalia, Ralf Jäger, advertiu em uma intervenção anterior que não se pode descartar nenhuma via de investigação - inclusive a relacionada com torcedores violentos - e lembrou que os dispositivos de segurança estão reforçados de forma permanente na província.

"Monitoramos cada ato público, não só os que envolvem multidões", indicou o político social-democrata, que aludiu à "situação especial" vivida neste populoso estado-federado do oeste da Alemanha.

Jäger lembrou, além disso, que deve-se partir da base de que os autores do ataque contra o ônibus continuam livres e provavelmente na região.

A cidade de Dinslaken e outros pontos da Concha do Ruhr, a região onde fica Dortmund, é considerada um reduto do salafismo, uma minoria radical muçulmana que conta com cerca de 10 mil indivíduos em toda a Alemanha.

Além disso, esta região concentra vários clubes da primeira divisão do Campeonato Alemão, como o Schalke 04 e o Borussia Mönchengladbach, todos eles com grupos de torcedores muito combativos.

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