A América Latina é a terceira região mais democrática do planeta (Leandro Fonseca/Exame)
Agência de notícias
Publicado em 13 de março de 2024 às 14h02.
O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) divulgou um novo relatório do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nesta quinta-feira. O documento avalia que a polarização política no mundo todo tem prejudicado a melhora dos dados de expectativa de vida, saúde, escolaridade e renda per capita.
A diretora regional da ONU para América Latina e Caribe, Michelle Muschett, afirma que o multilateralismo, ou seja, acordos entre países, é fundamental para melhora na qualidade de vida da população.
"Não podemos unilateralmente abordar os problemas. Eles são globais e requerem soluções que tenham uma visão global. Talvez a principal barreira para o multilateralismo, para a cooperação, seja a polarização política que estamos vivendo no mundo".
Michelle ainda disse que a América Latina e o Caribe são a região que mais tem apresentado aumento na polarização e que somente um quinto da população afirma acreditar em suas instituições e governos. Ela explica que isso se traduz em uma desconfiança da democracia em si.
"Em 2000, 60% da população viam na democracia a forma preferida de governo. Em 2023, isso caiu para 48%. As mulheres são as mais insatisfeitas com a democracia, assim como a população de baixa renda. Isso tem implicações no interior do tecido social e cria um cenário para o avanço de regimes populistas, e também do crime organizado. Isso claramente é uma crise de desenvolvimento".
Apesar disso, a América Latina é a terceira região mais democrática do planeta e talvez a única região que consiga avançar no desenvolvimento por meio da democracia, de acordo com o Pnud.
Metade das pessoas no mundo afirmam não ter controle sobre a própria vida, enquanto 68% dizem que têm um pouco de controle. Desde 2006, o mundo também vê uma queda constante na liberdade de expressão.