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Poder militar é crucial para enfrentar potências e terroristas, diz Irã

O presidente do Irã afirmou que o país produz armas para se defender e que potencias devem parar de fazer guerras na região para seu benefício próprio

Hassan Rohani: o presidente iraquiano criticou os países ocidentais por interferirem em assuntos da região, como no caso da Síria (REUTERS/Fars News/Reuters)

Hassan Rohani: o presidente iraquiano criticou os países ocidentais por interferirem em assuntos da região, como no caso da Síria (REUTERS/Fars News/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de abril de 2018 às 11h13.

Teerã - O presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou nesta quarta-feira que o Irã necessita de um poder militar "dissuasório contra as grandes potências e os terroristas", em discurso pelo Dia Nacional do Exército.

"Produziremos e proporcionaremos as armas necessárias para a defesa (do país) ao Exército e ao Corpo dos Guardiões da Revolução", advertiu o presidente da República Islâica durante o grande desfile militar realizado na zona sul de Teerã.

A comemoração do Dia Nacional do Exército acontece este ano poucos dias depois que Estados Unidos, Reino Unido e França bombardearam a Síria, uma ação muito criticada pelo Irã, firme aliado do regime sírio de Bashar al Assad.

A data também coincide com um aumento da pressão sobre Teerã para que limite suas capacidades militares e sua influência regional a fim de proteger o acordo nuclear assinado em 2015 com o G5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China, mais Alemanha) como exige o presidente americano Donald Trump.

Rohani respondeu que o Irã requer que o exército, os Guardiões da Revolução e os voluntários islâmicos Basij estejam "bem preparados e fortes".

"Vivemos em uma região sensível", justificou o presidente, que denunciou, em alusão aos bombardeios ocidentais na Síria, que "os poderes agressivos interferem nos assuntos da região e realizam atos de agressão sem a permissão da ONU".

Nesse sentido, Rohani criticou a assinatura de contratos armamentistas milionários com países do Ocidente por parte dos vizinhos do Golfo Pérsico, indicando que essas armas "não intimidam grandes nações como o Irã".

"Ninguém deveria se preocupar com o poder do Irã, mas dizemos às principais potências que detenham o comércio de armas e (as tentativas de) transformar a região em um barril de pólvora para seu próprio benefício", acrescentou o presidente.

O Irã desenvolveu a maioria do seu armamento localmente, já que está submetido desde o triunfo da Revolução Islâmica em 1979 a um embargo por parte da ONU.

Durante o desfile militar, realizado perto do mausoléu do imã Khomeini, fundador da República Islâmica, foi apresentado o último sistema de mísseis de fabricação nacional, chamado Kamin-2 e projetado para atacar aviões não tripulados que voam em baixa altitude.

Outros equipamentos de defesa exibidos no evento foram os mísseis s-300, s-200, Tabas e Sayyad, assim como sistemas de radar e todo tipo de veículos blindados.

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