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Planos de reforço de vacina de Biden e exportação de imunizantes colidem

O plano de reforço dos EUA irá direcionar dezenas de milhões de doses para muitos americanos adultos a partir de sexta-feira

Joe Biden, presidente dos EUA. (Drew Angerer/Getty Images)

Joe Biden, presidente dos EUA. (Drew Angerer/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 20 de setembro de 2021 às 21h15.

Por Joshua Wingrove, da Bloomberg

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, irá definir um novo rumo para a alocação global de vacinas esta semana com uma cúpula sobre a falta de imunizantes em países mais pobres, enquanto o governo americano se prepara para administrar doses de reforço a milhões de cidadãos já com imunização completa.

O plano de reforço dos EUA irá direcionar dezenas de milhões de doses para muitos americanos adultos a partir de sexta-feira. A medida desagradou nações onde muitos ainda não receberam a primeira dose.

Enquanto líderes mundiais se reúnem para a Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York nesta semana, Biden pretende amenizar as críticas com a realização de uma cúpula virtual na quarta-feira, onde planeja propor a meta de imunizar 70% do planeta até setembro de 2022.

Os EUA doaram mais vacinas do que qualquer outro país, segundo dados do Unicef, e a equipe de Biden deseja que outros países ricos aumentem as doações para compensar qualquer limitação devido ao programa de reforço do governo americano. Os EUA negociam com a Pfizer para comprar outros 500 milhões de vacinas para doá-las globalmente, o que dobraria o compromisso do governo Biden para ajudar países mais pobres.

Mas a política de reforço do governo dos EUA poderia, no entanto, colocar pressão política sobre outros países para que sigam o exemplo com seus próprios planos de doses extras, agravando ainda mais as desigualdades globais. O acordo com a Pfizer deve ser anunciado nos próximos dias, antes da cúpula virtual sobre vacinas na quarta-feira. A Casa Branca não quis comentar sobre planos de compra de imunizantes.

“É como se você e eu tivéssemos um colete salva-vidas e eles estivessem nos jogando mais um ou dois quando mais da metade do planeta não tem nenhum”, disse Tom Hart, diretor-presidente interino da campanha ONE, que defende a exportação de vacinas para nações de baixa renda.

“Isso não é apenas moralmente ultrajante, mas também não faz nenhum sentido epidemiologicamente”, disse. “A melhor maneira de proteger os americanos é extinguir este incêndio em outros lugares o mais rápido possível.”

Em teleconferência privada na semana passada, a equipe de Biden disse que a cúpula de quarta-feira não deve ser um evento de um dia, mas sim o início de um processo de meses para definir metas de vacinação internacionais claras e caminhos para alcançá-las, disseram pessoas a par do assunto. O acordo com a Pfizer deve ser anunciado antes da reunião.

Votação da FDA

Em audiência na sexta-feira, cientistas da FDA, agência que regula fármacos e alimentos nos EUA, reconheceram a pressão política crescente em torno do plano de reforço. Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA, começou a audiência pedindo ao painel para se concentrar na ciência das doses de reforço, sem desviar para “questões relacionadas à igualdade global de vacinas”.

A votação do painel recomendou doses de reforço da Pfizer-BioNTech para pessoas com 65 anos ou mais, bem como aquelas com doenças que aumentariam o risco de casos graves de Covid-19. Com um placar de 16x2, o painel votou contra aplicar doses de reforço em todos os adultos dos EUA, conforme solicitado pela Pfizer.

A FDA ainda precisará conceder a autorização final. E um painel consultivo externo para os Centros de Controle e Prevenção de Doenças também fará recomendações detalhadas sobre o uso de doses de reforço.

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