Reflorestamento de eucalipto no Brasil: o projeto tem sido apoiado por fundos do Banco Mundial desde 2001 (Fábio Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2012 às 08h41.
Washington - A Organização das Nações Unidas emitiu 4,1 milhões de créditos de carbono na sexta-feira para um projeto de reflorestamento no Brasil, o que fez dele o primeiro projeto florestal no mundo a receber Certificados de Reduções de Emissões temporários (tCERs, em inglês), informou o Banco Mundial.
O Fundo BioCarbon, um fundo público-privado administrado pelo Banco Mundial, vai comprar os créditos de carbono em nome de seus participantes, que incluem alguns governos europeus e grandes companhias emissoras de gases estufa em países como Japão.
Certificados de Reduções de Emissões temporários são emitidos a participantes em projetos de reflorestamento enquadrados sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM, em inglês) da ONU para representar a não permanência desses tipos de atividades.
Há pouca demanda por esses créditos devido ao fato de expirarem no fim do período de compromisso de Kyoto no qual foram emitidos e precisarem ser substituídos no registro do UNFCC (Diretrizes para a Convenção sobre Mudança Climática as Nações Unidas) por outros créditos.
O projeto Plantar gera CERs para reduções de emissões produzidas a partir do corte no uso de combustíveis fósseis na indústria de ferro e aço do Brasil e com o uso de plantações de eucalipto como escoadouros de carbono.
O projeto de reflorestamento, que tem sido apoiado por fundos do Banco Mundial desde 2001, enfrentou uma longa jornada antes de alcançar a fase de emissão de certificados.
"Temos trabalhado com o grupo Plantar por uma década e o fato de que eles são a primeira companhia no mundo a gerar tCERs é um testumunho à inovação e dedicação deles", disse Joelle Chassard, do Banco Mundial.
Após vários atrasos no processo de registro junto ao CDM, o projeto recebeu aprovação da ONU em setembro de 2010.