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Plano de assessores de Trump para infraestrutura traz riscos

A promessa de revitalizar estradas e aeroportos do país depende de um esquema de financiamento que ainda não foi testado

Trump: a Secretária de Transportes, Elaine Chao, enfatizou que a Casa Branca quer "liberar o potencial" dos investidores privados (Chip Somodevilla/Getty Images)

Trump: a Secretária de Transportes, Elaine Chao, enfatizou que a Casa Branca quer "liberar o potencial" dos investidores privados (Chip Somodevilla/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 13h10.

Washington - O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu revitalizar estradas, pontes, ferrovias e aeroportos do país, mas um plano de infraestrutura elaborado por seus assessores econômicos depende de um esquema de financiamento que ainda não foi testado e traz riscos significativos.

O plano foi apresentado pouco antes da eleição presidencial por Wilbur Ross, especialista em compras de empresas endividadas que foi nomeado para a Secretária do Comércio, e pelo professor de Economia Peter Navarro, que Trump escolheu para chefiar seu Conselho Nacional de Comércio.

Na ocasião, eles recomendaram que o governo conceda US$ 137 bilhões em créditos fiscais a investidores privados que subscrevam projetos de infraestrutura.

Ross e Navarro estimam que, ao longo de dez anos, os créditos possam gerar US$ 1 trilhão em investimentos. Esse é o montante que Trump prometeu investir em infraestrutura, parte fundamental do seu plano de geração de empregos.

Trump ainda não disse se tentará implementar o plano de Ross e Navarro ou buscar uma alternativa, embora a preferência do governo seja tratar a questão utilizando recursos do setor privado.

A Secretária de Transportes, Elaine Chao, enfatizou, durante sua audiência de confirmação, que a Casa Branca quer "liberar o potencial" dos investidores privados e promover formas criativas de aplicar seu capital.

Há dúvidas, porém, mesmo entre republicanos defensores do mercado livre, de que o plano funcionará em larga escala. Projetos de infraestrutura, como de estradas e pontes, só são atraentes para investidores quando preveem pedágios ou alguma outra forma de geração de receita.

"Não acho que seja um modelo que será visto como bem-sucedido ou que possa ser usado para todas as necessidades de infraestrutura dos EUA", disse Douglas Holtz-Eakin, ex-líder do Escritório Orçamentário do Congresso e assessor econômico da campanha presidencial de John McCain em 2008.

Na semana passada, executivos disseram a um comitê de transportes da Câmara que investimentos privados não serão suficientes para resolver os problemas de infraestrutura dos EUA.

Procurados pela Associated Press, a Casa Branca e Navarro não quiseram comentar o assunto. Fonte: Associated Press.

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