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Pistorius batalha para evitar presídio da África do Sul

Astro sul-africano do atletismo quer conseguir ficar fora das grades da notória prisão C-Max, em Pretória


	Oscar Pistorius: sentença por homicídio culposo pode chegar a até 15 anos de prisão
 (Schalk van Zuydam/Pool/Reuters)

Oscar Pistorius: sentença por homicídio culposo pode chegar a até 15 anos de prisão (Schalk van Zuydam/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 10h47.

Johanesburgo - Após sua condenação nesta sexta-feira por homicídio culposo, por ter assassinado sua namorada, Reeva Steenkamp, no ano passado, a próxima batalha do astro sul-africano do atletismo Oscar Pistorius será conseguir ficar fora das grades da notória prisão C-Max, em Pretória.

O presídio, um monstruoso edifício de tijolo e aço com a reputação de ser a penitenciária mais barra-pesada da África do Sul, está a uma pequena distância do tribunal onde o julgamento de Pistorius se encerrou, com sua absolvição das acusações de homicídio doloso, que implicaria sentença mais pesada de encarceramento.

Sua sentença por homicídio culposo pode chegar a até 15 anos de prisão, mas não há um mínimo de anos especificado, e sua equipe de defesa vai argumentar que um homem que não tem condenação anterior não pode ir para a C-Max, onde dezenas de dissidentes políticos foram detidos e executados pelo regime de minoria branca que governou a África do Sul até 1994.

A África do Sul aboliu a pena de morte logo após Nelson Mandela ter sido eleito o primeiro presidente negro, e a ala onde os presos eram executados é agora um museu para lembrar das atrocidades do apartheid.

Mas a reputação da prisão permanece intacta como o pior lugar neste país - abrigo permanente de ladrões, estupradores e assassinos, tomada pela violência de gangues e abuso físico e mental.

“Quando você chega lá, as grandes gangues vão para cima de você. Eles têm facas e lâminas. Alguns têm armas”, disse Serge Christiano, um angolano que cumpriu pena na C-Max durante sete anos, esperando pelo julgamento de tentativa de assassinato e assalto a mão armada. “Quando novas pessoas chegam, os caras oferecem a ele uma xícara de chá com remédio de dormir. Quando elas desmaiam, elas são estupradas”, disse Christiano, que foi depois libertado sem acusações contra ele.

Por 23 horas diárias, os prisioneiros são mantidos em grupos de 70 numa cela projetada para 35 pessoas. Quando deixam a cela, mesmo para um banho ou para receber uma visita, são algemados pelos pulsos e tornozelos.

Se a C-Max representa o lugar mais barra-pesada de todos, outras prisões na maior economia da África estão longe de serem suaves.

No ano passado, o governo interveio e assumiu a administração do presídio de segurança máxima de Mangaung, com 3.000 internos, das mãos da empresa de segurança britânica G4S, após relatos de tortura de prisioneiros com choques elétricos - algo que a empresa nega.

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