Líbia: pelo menos 45 imigrantes e refugiados africanos morreram no Mediterrâneo (Mauro Buccarello/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de agosto de 2020 às 20h54.
Última atualização em 19 de agosto de 2020 às 20h56.
Pelo menos 45 imigrantes e refugiados africanos morreram no Mediterrâneo, no pior naufrágio na costa da Líbia este ano, afirmaram agências da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional de Migração (OIM), em um comunicado sobre o acidente de segunda-feira, pediram por mais capacidade de busca e resgate para responder aos apelos por socorro.
“Por volta de 37 sobreviventes, majoritariamente de Senegal, Mali, Chade e Gana, foram resgatados por pescadores locais e detidos ao desembarcarem”, disse o comunicado.
“Eles relataram aos funcionários da OIM que outros 45, incluindo cinco crianças, perderam suas vidas quando o motor do navio explodiu na costa de Zuara”, afirmou.
O naufrágio leva o total de mortes a pelo menos 302 este ano na rota de imigrantes que passa pela Líbia em direção à Europa, disse o comunicado das agências da ONU.
Nos últimos meses, centenas de imigrantes foram parados em alto mar e seus barcos foram enviados de volta à Líbia, apesar do risco de violência naquele país.
Com navios estatais da Líbia se responsabilizando pelos resgates, na ausência de um programa da União Europeia, mais de 7.000 pessoas retornaram à Líbia este ano, afirmou o comunicado.
A OIM e Acnur disseram que a Líbia não deve ser classificada como um porto seguro para imigrantes e que eles não deveriam desembarcar lá. As agências defendem um esquema alternativo para levar pessoas resgatadas ou interceptadas em alto mar a lugares considerados seguros.