Sebastián Piñera: O presidente chileno garantiu que o seu país é amante da paz e age com ''consistência e coerência'' (Emmanuel Dunand/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2012 às 19h23.
Lima - O presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse nesta terça-feira em Lima que respeitar os tratados é uma obrigação, não uma ''opção'', mas se mostrou disposto a continuar ''buscando o diálogo'' com a Bolívia e destacou que seu país é amante da paz.
''Chile e Bolívia assinaram tratados que foram ratificados pelos congressos de ambos os países. Em consequência, para a Bolívia e para o Chile não é uma opção, mas uma obrigação respeitar os tratados assinados'', afirmou Piñera em entrevista coletiva em Lima.
Piñera participa hoje na capital peruana da III Cúpula de chefes de Estado e de governo de América do Sul - Países Árabes (ASPA), da qual também participa o presidente boliviano, Evo Morales, que nesta segunda-feira fez duras acusações contra o Chile e voltou a reivindicar uma saída soberana ao Pacífico para o seu país.
O presidente chileno garantiu que o seu país é amante da paz e age com ''consistência e coerência'', respeitando o direito e os tratados internacionais, por isso exigiu da Bolívia o cumprimento do que foi estipulado.
Morales declarou na segunda-feira em Lima que o Chile é ''um perigo para a região'' em tempos de integração e acrescentou que não é somente ''uma ameaça para a Bolívia, mas também para o Peru''.
Na semana passada, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Piñera disse que seu país ia respeitar os tratados com a Bolívia e Peru, e hoje acrescentou que como presidente do Chile seu dever é defender ''a soberania, o território, o mar e o espaço aéreo'' de seu país.
Em 1904, Bolívia e Chile assinaram um tratado para determinar novos limites territoriais após a guerra do Pacífico, no final do século 19, na qual os bolivianos perderam seu litoral.
Em março de 2011, Morales anunciou que ia processar o Chile nos tribunais internacionais para conseguir uma saída para o mar e formou uma equipe jurídica de assessores estrangeiros, mas até agora não apresentou a denúncia.
O Peru recorreu à Corte Internacional de Justiça de Haia em 2008 para estabelecer seus limites marítimos com o Chile, algo que para os chilenos foi determinado em acordos assinados em 1952 e 1954.