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Pigs: focos de temor de nova crise da dívida na UE

Déficit público de Espanha, Irlanda e Portugal preocupa os mercados

Jean-Claude Juncker, chefe dos ministros das Finanças dos 16 países da Eurozona (Str/AFP)

Jean-Claude Juncker, chefe dos ministros das Finanças dos 16 países da Eurozona (Str/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2010 às 12h55.

Bruxelas - A Europa pode não ter deixado para trás a crise da dívida soberana que sacudiu suas bases há alguns meses, depois que a agência Moody's rebaixou nesta quinta-feira a nota da Espanha, a Irlanda previu um déficit exorbitante para 2010 e Portugal foi aconselhado a reformar a economia.

O governo irlandês anunciou que o déficit público do país alcançará 32% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, em função essencialmente ao resgate do Anglo Irish Bank, que teve o custo revisado fortemente em alta.

Apesar da cifra astronômica, Dublin reiterou o compromisso de reduzir a cratera deficitária a 3% em 2014.

A dívida pública irlandesa também deve disparar, a 98,6% do PIB, contra 64% em 2009.

Diante do abismo financeiro e da preocupação dos mercados, Dublin anunciou que não precisará tomar emprestados fundos adicionais, ao mesmo tempo em que a Europa deixou claro que não pretende socorrer os irlandeses.

"Não tenho a impressão de que a Irlanda vá precisar de um abrigo sob o guarda-chuva europeu", declarou o chefe dos ministros das Finanças dos 16 países da Eurozona, Jean-Claude Juncker.

"Pensamos que o governo irlandês poderá resolver seu problema sem recorrer ao fundo de resgate europeu", completou Juncker em Bruxelas.


O fundo europeu foi criado em maio para socorrer os países da zona euro em grandes dificuldades financeiras, depois da crise orçamentária da Grécia que obrigou o bloco a adotar um plano de ajuda internacional e dos temores a respeito de outros países muito endividados, como Irlanda, Portugal e Espanha.

Com verba de até 750 bilhões de euros, que seriam concedidos em forma de garantias pelos países da Eurozona e do Fundo Monetário Internacional (FMI), o mecanismo está "operacional e preparado", mas não se espera que seja utilizado, afirmou o diretor do fundo, Klaus Regling.

Mas os sinais de alarme continuam ativos para outros países membros da zona euro.

A Moody's retirou a nota máxima, "AAA", da Espanha, em consequência da "deterioração considerável da solidez financeira do governo", sendo a terceira das grande agências de classificação a adotar a medida.

A dependência do país dos mercados, que podem passar por novas fases de instabilidade, é outro argumento da Moody's para rebaixar a nota espanhola para "AA1", um dia depois de uma greve geral no país contra as reformas trabalhistas do governo.

No entanto, a agência aprovou o projeto de orçamento para 2011, marcado pela austeridade e apresentado ao Parlamento.


Outro país em dificuldades financeiras, Portugal, submetido a uma crescente pressão dos mercados pelo encarecimento contínuo do refinanciamento de sua dívida, foi estimulado pelos parceiros da Eurozona a reformar a economia, em especial a do mercado trabalhista.

"Exortamos as autoridades portuguesas a apoiar as medidas orçamentárias adotadas para reduzir o déficit público nacional com reformas estruturais adicionais, completas, ambiciosas e que possibilitem o reforço do potencial de crescimento do país", destacou Juncker.

Portugal anunciou na quarta-feira um pacote de medidas de austeridade para 2011, como um corte salarial para os funcionários públicos e um aumento dos impostos.

"Os mercados deram sinais de inquietação a respeito da situação de Portugal. Espero que com as novas medidas recuperemos a confiança", afirmou o ministro lusitano das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos.

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