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PIB do Japão cresce acima do esperado e amplia expectativas de alta de juros

Investimento empresarial e consumo sustentaram resultado acima das projeções no segundo trimestre

PIB do Japão cresce 1% no 2º trimestre e aumenta chances de alta de juros (Toru Hanai/Reuters)

PIB do Japão cresce 1% no 2º trimestre e aumenta chances de alta de juros (Toru Hanai/Reuters)

Publicado em 15 de agosto de 2025 às 16h30.

Última atualização em 15 de agosto de 2025 às 16h54.

O produto interno bruto (PIB) do Japão avançou 1% em termos anualizados no segundo trimestre de 2025, superando a previsão de 0,4% dos economistas. O desempenho, impulsionado principalmente pela demanda interna e pelo investimento empresarial, reforça as expectativas de que o Banco do Japão (BOJ) possa elevar sua taxa básica de juros ainda neste ano.

Segundo dados do Gabinete do Governo divulgados nesta sexta-feira, 15, o desempenho do primeiro trimestre foi revisado de queda para crescimento de 0,6%, sinalizando uma recuperação mais consistente da economia.

A Bloomberg Economics avaliou que o resultado “fornece evidências de que a demanda interna está se mantendo firme, apesar das tarifas mais altas dos Estados Unidos”, o que reforça o argumento para uma elevação das taxas no curto prazo.

Investimentos e consumo sustentam crescimento

O investimento empresarial registrou alta de 1,3% em relação ao trimestre anterior, acima da projeção de 0,7%. O consumo privado, que representa cerca de 60% do PIB, avançou 0,2%, também superando as expectativas, mesmo diante de inflação persistente e tarifas impostas pelos Estados Unidos.

As exportações líquidas contribuíram com 0,3 ponto percentual para o crescimento. Apesar de tarifas de até 25% sobre automóveis e aço impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as exportações japonesas cresceram 2% em termos reais no trimestre, apoiadas por reduções de preços e antecipação de embarques.

O turismo também teve papel relevante: os gastos de visitantes estrangeiros subiram 18% no período, e o número de chegadas no primeiro semestre atingiu recorde histórico.

Já Hiromu Komiya, do Instituto de Pesquisa do Japão, observa que, apesar da inflação elevada, aumentos salariais acima de 5% nas maiores empresas tendem a sustentar o consumo das famílias no segundo semestre. Segundo o instituto, a evolução das exportações a partir de julho será determinante para a próxima decisão do BOJ.

O resultado acima do esperado fortaleceu a avaliação de que o banco central pode iniciar a elevação dos juros já em outubro, caso a demanda doméstica mantenha o ritmo. A próxima reunião de política monetária está marcada para 19 de setembro, quando o consenso ainda é de manutenção da taxa.

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