Mundo

PIB da zona do euro cresceu 0,4% no 1º trimestre, acima do esperado

Desempenho da economia da região ainda não sentiu o impacto das tarifas impostas por Trump. Alemanha e França, dois de seus membros mais importantes, voltaram à trajetória de crescimento

Economia da zona do euro cresce acima do esperado (Leandro Fonseca)

Economia da zona do euro cresce acima do esperado (Leandro Fonseca)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 30 de abril de 2025 às 09h43.

A economia da zona do euro cresceu mais do que o esperado no início do ano, embora ainda não tenha sentido todo o impacto das tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O produto interno bruto (PIB) do primeiro trimestre aumentou 0,4% em relação ao trimestre anterior, o dobro do registrado no último trimestre do ano passado, segundo dados publicados nesta quarta-feira pela Eurostat, o órgão de estatísticas do bloco. Analistas consultados pela Bloomberg haviam estimado um aumento de 0,2%.

O resultado indica que o bloco de 20 países expandiu sua produção por cinco trimestres consecutivos e dois de seus membros mais importantes — Alemanha e França — voltaram à trajetória de crescimento.

No entanto, olhando para o futuro, pesquisas empresariais apontam para um enfraquecimento, causado principalmente pela incerteza em relação às intenções dos Estados Unidos, agravada pelo impacto concreto das tarifas já aplicadas.

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, afirmou na semana passada que é improvável que as tensões comerciais levem a uma recessão na zona do euro, embora tenha reconhecido que a expansão será menor do que a esperada.

Lane e seus colegas estão avaliando novos cortes nas taxas de juros após realizarem o sétimo corte em meados de abril, e alguns esperam que as tarifas impostas por Trump causem danos duradouros à economia. A maioria, no entanto, continua confiando que a inflação retornará de forma sustentável à meta de 2% ainda este ano.

Alemanha e França registraram aumentos do PIB de 0,2% e 0,1%, respectivamente, no primeiro trimestre, em linha com as expectativas. A Itália apresentou crescimento acima do previsto, de 0,3%.

Nesta semana, foram divulgados dados otimistas em toda a zona do euro: as estimativas para Espanha, Países Baixos, Bélgica, Áustria e Finlândia indicam um aumento do PIB entre 0,1% e 0,6%. A cifra da Irlanda — distorcida por seu papel como base fiscal de multinacionais americanas — disparou 3,2%.

Ainda assim, essas avaliações sobre a saúde econômica da Europa dizem pouco sobre as consequências das tarifas dos EUA, a maioria das quais foi anunciada em 2 de abril. A incerteza é total, já que muitos dos encargos foram suspensos à espera do resultado das negociações.

Outros dados mostram como a fraqueza da economia francesa já está pesando sobre a inflação, que desacelerou para 0,8% em abril, ante 0,9% no mês anterior. Trata-se do nível mais baixo desde fevereiro de 2021 e deve reforçar os apelos por novos cortes de juros pelo BCE.

Espera-se que os dados a serem divulgados na sexta-feira mostrem que os preços na zona do euro subiram 2,1% em abril em relação ao mesmo período do ano anterior, uma leve queda em comparação com o mês anterior. No entanto, a inflação subjacente — que exclui itens voláteis como energia — deve subir para 2,5%.

Acompanhe tudo sobre:EuropaPIBEconomiaEuro

Mais de Mundo

PIB dos EUA encolhe 0,3% no 1º trimestre no início do governo Trump

Paquistão diz ter informações ‘confiáveis’ de que Índia prepara ataque militar

Chefe de gabinete nega no Congresso ligação de Milei com 'criptogate'

EUA atacou mais de mil alvos no Iêmen desde meados de março, diz Pentágono