Mundo

PIB da Argentina cresce 1,4% no 4º trimestre, mas fecha 2024 com queda de 1,7%

País teve alta na agricultura e mineração e queda forte no setor de construção civil

Javier Milei, presidente da Argentina, durante chegada à Expoagro (AFP)

Javier Milei, presidente da Argentina, durante chegada à Expoagro (AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 19 de março de 2025 às 16h29.

Última atualização em 19 de março de 2025 às 16h30.

A Argentina cresceu 1,4% no quarto trimestre de 2024 e fechou o ano com queda de 1,7%, informou o Instituto Nacional de Estatísticas e Censo (Indec) nesta quarta-feira, 19. Assim, o país teve recessão no primeiro semestre do ano passado, mas registrou alta da economia na segunda metade do ano e vem em ritmo de recuperação.

O encolhimento do PIB foi menor do que a previsão do FMI, que esperava baixa de 3,5%.

No terceiro trimestre, a economia argentina havia crescido 4,3%, após vários trimestres seguidos de encolhimento. Em relação ao quarto trimestre de 2023, o PIB argentino avançou 2,1% no quarto trimestre de 2024.

A alta no fim do ano foi puxada pelo avanço do consumo privado, que subiu 3,2% em comparação ao ano anterior. Os investimentos avançaram 11,3%, e as importações subiram 12,9%. Na divisão setorial, houve alta na agricultura e pecuária, de 4%, e de mineração, com 7,9%. Já o setor de construção teve baixa de 12,4%

Ao considerar os anos de 2024 como um todo, houve forte crescimento da agricultura, de 31,3%, e da mineração (7,4%). Já as maiores quedas foram dos setores de construção (-17,7%) e comércio atacadista (-7,3).

O FMI estima que a Argentina deve seguir em recuperação e crescer 5% em 2025.

Medidas de Milei

O governo de Javier Milei, que assumiu em dezembro de 2023, tomou uma série de medidas duras para baixar a inflação. Em fevereiro, a alta de preços anual atingiu 79,4%. No começo de 2024, a taxa atingiu 211% anuais, uma das mais altas do mundo.

Entre as medidas de Milei, como manter o câmbio estável frente ao dólar, fazer um corte profundo de gastos públicos e reduzir a emissão de moeda, entre outras medidas. O corte de gastos reduziu o salário de servidores e aposentadorias e a população perdeu poder de compra, o que tem gerado protestos nas ruas.

O 'tripé' que ajudou Milei a baixar a inflação de 211% na Argentina

Nesta quarta, o Congresso argentino debate uma proposta de acordo com o FMI, para obter um novo empréstimo ao país.

Até agora, poucos detalhes do acordo foram relevados. Em entrevista coletiva, o secretário de Finanças, Pablo Quirno, disse que o valor total a ser emprestado ainda será definido pelo fundo, e que a taxa anual de juros será de 5,63%. No acordo anterior, a Argentina obteve uma taxa de 6,46%. O programa deverá durar dez anos.

Acompanhe tudo sobre:ArgentinaInflaçãoJavier Milei

Mais de Mundo

Escalada da violência na Colômbia: 34 militares são feitos reféns em área dominada pelo narcotráfico

Polônia com seca histórica? Maior rio do país registra nível preocupante

Trump promete pena de morte para assassinos em Washington

Ponte em Guizhou será a mais alta do mundo, com 625 metros de altura