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Petróleo na Antártida? Possível descoberta russa causa apreensão entre britânicos

Putin disse que a comunidade internacional ficou segura de seu país cumprias requisitos ambientais

Políticos britânicos classificam atividades russas na região como "problemáticas" (Sebnem Coskun/Anadolu Agency/Getty Images)

Políticos britânicos classificam atividades russas na região como "problemáticas" (Sebnem Coskun/Anadolu Agency/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 28 de maio de 2024 às 08h10.

Políticos britânicos manifestaram preocupações em relação à investigação conduzida pela Rússia na Antártida, numa sessão da Comissão de Auditoria Ambiental da Câmara dos Comuns, em meados do mês de maio.

Segundo informações da CNN, relatórios russos mostraram possíveis descobertas de hidrocarbonetos em uma zona protegida por um tratado internacional que só permite pesquisas científicas na região.

Parte dessas explorações, segundo a empresa russa de pesquisa geológica, Rosgeo, foram realizadas em uma área do continente onde se sobrepõem demandas territoriais do Reino Unido, Argentina e Chile.

Na audiência, a congressista Anna McMorrin disse que a comissão foi informada de recentes “atividades problemáticas russas” e da coleta de dados sísmicos na Antártida que “soa como a busca de minerais, antes que recolha e investigação científica”, em referência às tarefas que são permitidas pelo Tratado Antártico, assinado em 1959.

Naquele ano, 12 países (Argentina, Austrália, Bélgica, Chile, Estados Unidos, França, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Reino Unido, África do Sul e a então URSS) assinaram o Tratado Antártico em Washington. Em seu primeiro artigo, o tratado afirma que a Antártida deve “ser utilizada apenas para fins pacíficos”.  O jornal Telegraph apontou que a Rússia encontrou nessa zona reservas que somam um aproximado de mais de 500 bilhões de barris de petróleo, quase o dobro das reservas de petróleo bruto comprovadas da Arábia Saudita em 2022, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

O tema despertou o interesse não só no Reino Unido, mas também na Argentina e no Chile. A reação oficial do governo da Argentina chegou cinco dias depois do relatório ser divulgado na imprensa britânica.

“Isto não é novo. Embora tenha sido anunciado nas últimas horas, é uma descoberta que aconteceu anos atrás”, disse o porta-voz da Presidência da Argentina, Manuel Adorni, em entrevista coletiva.

Em janeiro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse no lançamento de um novo complexo na base antártica russa Vostok (uma das cinco permanentes do país no continente) que as perfurações no gelo são realizadas desde os anos 70. Além disso, explicou que durante uma década estiveram paralisadas até que a comunidade internacional ficou segura de que a Rússia cumpria com os requisitos de proteção ambiental.

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