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Petróleo e turismo podem ser futuro econômico das Malvinas

Após anos de prospecção e da primeira descoberta em 2010, o petróleo começará a ser extraído das Malvinas na zona conhecida como Sea Lion, pela companhia Premier Oil


	Luxon estima que o petróleo poderá quadruplicar a receita anual das ilhas, mas não quis especular sobre os milhões de libras que isto pode chegar a gerar
 (Marcos Brindicci/Reuters)

Luxon estima que o petróleo poderá quadruplicar a receita anual das ilhas, mas não quis especular sobre os milhões de libras que isto pode chegar a gerar (Marcos Brindicci/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2013 às 16h28.

Port Stanley - O futuro da economia das Malvinas se apresenta vibrante com o início da exploração petrolífera em 2017 e o cada vez maior interesse turístico por estas ilhas, onde não há desemprego e sobram ofertas de trabalho.

Com uma população que não chega aos três mil habitantes, este território britânico de ultramar é economicamente auto-suficiente, graças às numerosas receitas que recebe das licenças de pesca, mas a prevista exploração de petróleo e o auge do turismo prometem transformá-lo em um paraíso econômico.

As contínuas reivindicações territoriais da vizinha Argentina não intimidaram os malvinenses, que já falam de 2017 como algo mágico, pois na segunda metade desse ano está previsto o começo da exploração petrolífera, disse nesta quarta-feira à Agência Efe o diretor de Recursos de Mineração, Stephen Luxon, em seu escritório de Port Stanley.

Após anos de prospecção e da primeira descoberta em maio de 2010, o petróleo começará a ser extraído das Malvinas na zona conhecida como Sea Lion, em águas ao norte das ilhas, a cerca de 216 quilômetros do litoral, pela companhia petrolífera Premier Oil.

Segundo Luxon, está previsto que, um ano após iniciada a produção, a extração de petróleo chegue a cerca de 70 mil barris diários, mas o lucro desta atividade dependerá muito dos preços internacionais do barril.

Este diretor malvinense que estudou geologia na Universidade de Durhan, no Reino Unido, se mostrou confiante no futuro petroleiro, que, segundo ele, pode ajudar o governo britânico a não ter que seguir financiando a Defesa das ilhas.


Luxon estima que o petróleo poderá quadruplicar a receita anual das ilhas, mas não quis especular sobre os milhões de libras que isto pode chegar a gerar.

Além da Premier Oil, há outras companhias que estão investindo no setor petroleiro, como a italiana Edison e a americana Noble, e o governo local é receptivo a qualquer outra petrolífera estrangeira interessada, acrescentou.

Toda esta atividade será realizada em alto-mar, graças ao desenvolvimento de novas tecnologias que já são utilizadas em outros lugares do mundo e que permitem bombear o óleo em direção a um gigantesco tanque que estará fixado à plataforma submarina e de onde os tanques petroleiros carregarão para levá-lo, sem nunca tocar a terra.

Perante as contínuas advertências da Argentina sobre o perigo de um desastre ecológico se houver um acidente, Luxon assegurou que não existe risco, pois tudo será feito em alto-mar e porque o tipo de petróleo extraído não será pesado, mas de menor qualidade, com uma textura parecida com a cera e que se solidifica facilmente.

Atualmente, a principal renda das ilhas procede da pesca, que contribui com 112 milhões de euros anuais ao Produto Interno Bruto (PIB), uma atividade desenvolvida desde que se estabeleceu uma zona de pesca ao redor das ilhas em 1987.

A segunda atividade mais importante é o turismo, que fornece 7,2 milhões de euros anuais ao PIB, graças à chegada de cruzeiros que percorrem esta zona do Atlântico sul, como a cidade argentina de Usuahia e a ilha de Geórgia do Sul, também reivindicada pelo governo de Buenos Aires.


O responsável da companhia International Tours & Travel das ilhas, Sally Ellis, disse à Efe que o turismo é um dos setores que mais gera emprego nas ilhas, com 183 pessoas, depois dos escritórios do governo, com 510, e ressaltou que nas Malvinas não há desemprego.

Para Sally, uma malvinense que quando pequena estudou em um colégio da província de Córdoba (Argentina) e fala espanhol com sotaque argentino, os turistas que chegam têm entre 45 e 60 anos e se sentem atraídos pela vida selvagem, ao mesmo tempo em que admitiu que 'os melhores embaixadores são os argentinos', pois saem dali surpreendidos com a beleza do lugar.

Todo este desenvolvimento gerará com o tempo mais emprego, segundo a empresária local Pippa Christie, dedicada à assessoria econômica de empresas, que acredita que será necessário empregar mais gente, especialmente no setor de serviços.

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