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Petrobras, Vale e outras 33 empresas divulgam emissões de gases efeito estufa

Companhias integram o 1° registro público de emissões de GEE do Brasil e respondem por 89 milhões de tCO2e - o equivalente ao estoque de carbono de 356 milhões de árvores da Amazônia

Primeiro grupo de empresas no Registro Público de Emissões de Gases de Efeito estufa do Brasil responde por 89 milhões de toneladas de CO2e. (.)

Primeiro grupo de empresas no Registro Público de Emissões de Gases de Efeito estufa do Brasil responde por 89 milhões de toneladas de CO2e. (.)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - A mudança global do clima é um dos mais significativos desafios da atualidade e exige reduções drásticas das emissões de poluentes. De olho na economia de baixo carbono, que poderá ser imperativa nos próximos anos, 35 empresas brasileiras começam a divulgar, a partir desta terça-feira (22), suas emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Os inventários são voluntários e fazem parte do primeiro Registro Público de emissões de GEE do país, lançado em São Paulo durante evento de avaliação do Programa Brasileiro GHG Protocol, coordenado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (Gvces).

Com dois anos de atuação no país, o programa reúne 60 empresas de grande porte e busca promover a cultura corporativa de mensuração, publicação e gestão voluntária de emissões. A plataforma online para consulta e publicação de inventários do primeiro grupo de empresas, que inclui a Petrobras e a Vale, está disponível no site www.fgv.br/ces/registro

Somadas, as emissões diretas das 35 empresas respondem por 89 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2e, medida utilizada para comparar as emissões de vários gases de efeito estufa baseado no potencial de aquecimento global de cada um). Trata-se de um volume equivalente ao liberado por um carro a gasolina, motor 1.0, que tivesse percorrido 630 bilhões de quilômetros - ou 16 mil voltas à Terra. Ou, ainda, ao estoque de carbono de 356 milhões de árvores da Amazônia.

Com base num inventário nacional preliminar divulgado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em novembro do ano passado, esse volume de GEE emitido representa 4% do total de emissões do Brasil em 2005, e 20% desse total se excluídas as emissões de agricultura e mudança no uso de terra e florestas.

Dentre as empresas inventariadas, as do setor de transformação são as que mais emitem (89%), seguida do setor de mineração (10%). Saneamento, energia, agrícola e serviços financeiros somam o 1% restante. "A iniciativa pretende ser o primeiro passo na preparação das companhias para os futuros marcos regulatórios de mitigação dos impactos ambientais das cadeia produtivas e de adaptação às exigências legais de programas nacionais para gestão ambiental e mudança climática", afirmou Raquel Biderman, coordenadora adjunta do GVces. 

De acordo com o coordenador do GVces, Mario Monzoni, o registro auxiliará os agentes privados e públicos na definição de estratégias para mitigação dos gases de efeito estufa. "Servirá também para evidenciar as empresas entre os consumidores, cada vez mais atentos à responsabilidade socioambietal corporativa", destacou. 

O GHG Protocol foi desenvolvido pelo World Resources Institute (WRI) em parceria com o World Business Council for Sustainable Development (WBSCD).  Segundo a coordenadora do WRI, Taryn Fransen, "o Brasil foi um dos países que mais rápido evoluíram na implementação da metodologia do GHG Protocol, pois a adesão das empresas brasileiras ao programa foi rápida e eficiente, se comparada a outros países". 

 

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