Terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL), na Baía de Guanabara (Marcos Morteira)
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2013 às 14h56.
Araraquara - O diretor de Gás e Energia da Petrobras, José Alcides Santoro, informu que a estatal negocia com fornecedores a assinatura de contratos de longo prazo de importação de gás natural liquefeito (GNL).
"Estamos negociando com várias empresas. Estive na semana passada em Houston (EUA) e tive reuniões com pelo menos cinco empresas", disse o executivo, que participou nesta terça-feira, 23, de cerimônia de inauguração da sede da Gas Brasiliano.
Para atender a atual demanda de gás do mercado termelétrico, a Petrobras tem atuado no mercado spot internacional de GNL. Contudo, o executivo disse que as condições atuais do setor elétrico já começam a justificar a assinatura dos contratos de longo prazo.
"Com o atual nível de utilização das térmicas e a entrada de novas usinas, como a nossa térmica Baixada Fluminense, os contratos firmes de GNL começam a ser interessantes", argumentou o diretor da estatal.
Alcides ponderou que a Petrobras não contratará 100% de sua capacidade de regaseificação de GNL em contratos firmes, porque boa parte da demanda termelétrica no País ainda é flexível - o despacho térmico no Brasil está basicamente condicionado ao nível de chuvas. Se a hidrologia for favorável, as térmicas praticamente não são despachadas.
"Vamos definir um porcentual que nós consideramos que seja uma demanda firme e também um nível de flexibilidade", explicou. A partir de setembro deste ano, a expectativa da Petrobras é de que a sua capacidade de regaseificação de GNL alcance 41 milhões de metros cúbicos por dia.
Adicionalmente, o executivo comentou que a compra de GNL em contratos de longo prazo não significa necessariamente um preço de gás mais barato para as térmicas.
Alcides afirmou que já houve momentos em que a estatal pagou menos por uma carga de GNL comprada no spot do que os valores verificados em um contrato de longo prazo.
"Esse preço do contrato firme não é necessariamente mais barato que no spot. Às vezes sobra gás porque o dono do contrato de compra firme não usa o insumo, e aí o vendedor tem de vender no spot a um preço menor do que no contrato firme para poder desaguar esse volume de gás", argumentou.
Nas negociações para os contratos de longo prazo de GNL, o executivo afirmou que a Petrobras busca flexibilidade, preço atrativo e garantia de fornecimento.
"Muitos desses contratos firmes são bastante inflexíveis. A empresa tem de usar e é vedada a venda para outros clientes, porque eventualmente esse gás poderia competir com o seu vendedor no mercado spot", explicou.