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Petrobras nega que usará óleo leve e gás no Comperj

Rio - O diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse hoje que há muito ainda para ser discutido em relação ao projeto básico do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Ele confirmou que a companhia está avaliando a possibilidade de substituir a tecnologia inovadora de transformar diretamente o óleo bruto […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Rio - O diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse hoje que há muito ainda para ser discutido em relação ao projeto básico do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Ele confirmou que a companhia está avaliando a possibilidade de substituir a tecnologia inovadora de transformar diretamente o óleo bruto em matéria-prima para a indústria petroquímica, e negou que haja qualquer intenção de utilizar óleo leve e gás natural no Comperj. "Vamos usar óleo pesado de Marlim (localizado na Bacia de Campos)", disse de maneira taxativa em entrevista à imprensa realizada hoje, na inauguração de laboratório na Coppe/UFRJ.

Segundo Costa, a utilização do óleo bruto nesta unidade de refino é uma estratégia da empresa para agregar valor ao seu produto, que é defasado em relação ao óleo leve no mercado internacional. "Temos reservas de 14 bilhões de barris confirmadas antes de surgir o pré-sal. Pelo menos 60% disso vêm do óleo pesado. É muito melhor agregar valor aqui do que exportar esse óleo", disse.

O diretor lembrou que as modificações no projeto que estão sendo estudadas dentro da empresa referem-se principalmente à duplicação da unidade, que inicialmente processaria apenas 150 mil barris diários de óleo bruto. Este projeto básico deverá ser alterado para 165 mil barris diários e o Comperj deve ganhar mais uma unidade de 165 mil barris. Além disso, Costa confirmou que a estatal estuda alterar a tecnologia de produção. Inicialmente, a companhia iria produzir a matéria-prima petroquímica diretamente a partir do óleo bruto, uma tecnologia inédita no Brasil, trazida da China. Agora, a companhia pode voltar à tecnologia já utilizada em outras unidades, com a produção de nafta no meio do processo.

"Quando o projeto foi estruturado em 2006, não havia a necessidade de implantação do diesel de 10 ppm (partes por milhão, obrigatório por questões ambientais nos próximos anos). Há vantagens em aumentar a produção de derivados", afirmou Costa, negando que haja pressão dos potenciais sócios pela mudança da tecnologia. "A possibilidade de a Braskem sair do negócio é remota. Ela estará presente na unidade de petroquímicos básicos e nas unidade de polipropileno, polietileno e PVC", afirmou. Ele lembrou, no entanto, que esta participação só será definida ao final do acordo de 120 dias entre as duas empresas para que sejam feitos os estudos de incorporação do Comperj à Nova Braskem. "Por enquanto, a Braskem não sabe nada do projeto do Comperj".

Ainda segundo Costa, com o aumento no consumo de querosene de aviação (QAV) nos últimos anos, aumentou o potencial do Comperj para produção de outros derivados além de óleo diesel, já programado inicialmente. "Com o aumento, ter uma unidade produtora de QAV perto dos centros consumidores é nota 10", disse. Além de QAV e diesel, a unidade deverá produzir gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha. "Gasolina está descartada", afirmou.

 

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