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Pesquisas apontam vitória sólida da oposição no Japão

Com a vitória do conservador Partido Liberal Democrático, ex-premiê Shinzo Abe deve retornar ao cargo de primeiro-ministro

Líder da oposição japonesa e ex-primeiro-ministro Shinzo Abe cumprimenta eleitores no começo da campanha (Issei Kato/Reuters)

Líder da oposição japonesa e ex-primeiro-ministro Shinzo Abe cumprimenta eleitores no começo da campanha (Issei Kato/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 08h08.

Tóquio - O conservador Partido Liberal Democrático (PLD) se encaminha para conquistar uma maioria surpreendentemente sólida na eleição parlamentar do dia 16 de dezembro, segundo pesquisas divulgadas nesta quinta-feira.

O ex-premiê Shinzo Abe, que deve voltar ao cargo com a vitória do PLD, propõe um radical afrouxamento monetário por parte do Banco do Japão (banco central) para fortalecer o iene e combater a persistente deflação.

Abe também promete uma posição dura contra a China por causa das ilhas disputadas entre os dois países, além de abrandar os limites a atividades militares impostos há 65 anos na Constituição pacifista do país e re-escrever o que conservadores julgam ser relatos excessivamente arrependidos do Japão sobre as guerras em que se envolveu.

Pesquisas anteriores já indicavam a vitória do PLD, mas com uma maioria menor, que o obrigaria a uma aliança com o pequeno partido Novo Komeito.

Agora, a previsão é de que o PLD eleja de 257 a 306 deputados de um total de 480, segundo pesquisas feitas por grandes jornais, incluindo o Asahi e o econômico Nikkei, e pela agência de notícias Kyodo.

Mesmo com maioria expressiva, no entanto, é improvável que o PLD despreze o Novo Komeito.

E, seja como for, o PLD não terá maioria no Senado, que pode bloquear projetos.


Porém, uma recente mudança na lei impede a oposição de obstruir leis orçamentárias para fazer o governo de refém, como ocorreu nos últimos anos. Por isso, o PLD poderá ter mais facilidade para implementar seus planos para os gastos públicos, e poderá pressionar o Banco do Japão sem implementar uma nova legislação.

Já a revisão da Constituição pacifista exigiria uma maioria de pelo menos dois terços em ambas as Casas, além de um referendo.

As pesquisas também mostram que o Partido Democrático do Japão (PDJ), atualmente no governo, pode perder mais de metade da sua bancada na Câmara. Entretanto, as pesquisas, que ouviram cerca de 100 mil eleitores, mostram que ainda há até 40 por cento de indecisos.

"As pesquisas sugerem que a eleição será a imagem espelhada da que aconteceu há três anos e meio. Naquela eleição, os eleitores decidiram se livrar do PLD, e então votaram no PDJ, embora não tivessem expectativas particularmente altas", disse Gerry Curtis, professor da Universidade Columbia, nos EUA.

"Agora eles estão dispostos a despachar o PDJ, o que significa uma grande vitória para o PLD, embora haja pouco entusiasmo entre os eleitores pelo PLD ou por seu líder, o sr. Abe." O recém-fundado Partido da Restauração do Japão, do popular prefeito direitista de Osaka, Toru Hashimoto, deve ficar com cerca de 50 cadeiras, segundo as pesquisas. O partido é citado como potencial aliado do PLD caso o partido não consiga formar maioria nem se aliando ao Novo Komeito.

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