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Pesquisadores: 150 contas falsas no Twitter impulsionaram Netanyahu

Primeiro-ministro de Israel e seu principal oponente enfrentam disputa acirrada a poucos dias da eleição de 9 de abril

Netanyahu: Pesquisas apontam para 150 contas falsas (Amir Cohen/Reuters)

Netanyahu: Pesquisas apontam para 150 contas falsas (Amir Cohen/Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de abril de 2019 às 15h49.

Última atualização em 4 de abril de 2019 às 13h39.

Jerusalém - Dois pesquisadores israelenses disseram nesta segunda-feira que descobriram uma rede de centenas de contas falsas no Twitter que promoveram o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e atacaram seus rivais políticos, uma semana antes da eleição nacional.

Nenhuma ligação direta havia sido encontrada entre a rede e Netanyahu ou seu partido de direita, Likud, indicou o relatório dos pesquisadores, que descreveram o trabalho como parte de um projeto destinado a libertar as redes sociais de práticas manipuladoras.

Pesquisas de opinião mostram que Netanyahu e seu principal oponente, o candidato de centro Benny Gantz, enfrentam uma disputa acirrada a poucos dias da eleição de 9 de abril.

Os pesquisadores Noam Rotem e Yuval Adam disseram que nomes falsos foram usados em mais de 150 contas na rede e que centenas de outros perfis também podem ser falsos. Eles descreveram a pesquisa como independente.

Rotem se descreve como um ativista comprometido com a erradicação da manipulação nas mídias sociais.

Os autores do relatório disseram que as postagens nas contas falsas eram controladas por pessoas, não por "bots" automáticos. Eles deram o nome de um dos supostos operadores, que negou, por meio de seu advogado, envolvimento em qualquer rede organizada pró-Netanyahu.

"A análise de especialistas mostra que a rede atingiu mais de 2,5 milhões de israelenses", disse o relatório, colocando o número de tuítes desde o início da campanha eleitoral em mais de 130 mil. Israel tem uma população de cerca de 8,7 milhões de pessoas.

Uma porta-voz do Twitter, questionada pela Reuters sobre a descoberta, não quis comentar.

Em uma declaração transmitida pela Internet, Netanyahu classificou rejeitou o relatório como "pesquisa falsa" disseminada pela mídia hostil a ele.

"Eu pensei que no começo fosse uma piada de 1º de abril", disse ele. "Eles não estão preparados para aceitar que vocês, cidadãos de Israel, me apoiem."

O relatório mostrou que uma onda de tuítes falsos ocorreu depois que o procurador-geral de Israel anunciou sua intenção, em fevereiro, de indiciar Netanyahu por acusações de corrupção, o que o primeiro-ministro negou. Outra onda, segundo o relatório, foi lançada após o partido Azul e Branco, de Gantz, iniciar sua campanha eleitoral.

"Há toda uma rede aqui, financiada por muito dinheiro, para fraudar a eleição", disse Gantz em uma coletiva de imprensa depois que as descobertas foram divulgadas. "Este assunto exige investigação."

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