Um deles, Alan García, cometeu suicídio após ser alvo de mandado de prisão, em 2019 (JAVIER TORRES/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 20h22.
O Peru teve quatro presidentes presos por denúncias de corrupção na década passada, todos por envolvimento com o escândalo de corrupção do caso Odebrecht, que foi investigado pela Operação Lava Jato. Um deles, Alan García, cometeu suicídio após ser alvo de mandado de prisão, em 2019.
Nesta quarta-feira, 7, o atual presidente do país, Pedro Castillo, também acusado de corrupção, anunciou a dissolução do Congresso peruano e convocou novas eleições para o Legislativo. O movimento ocorre no dia em que o Parlamento votaria uma moção de destituição contra ele.
Além dos quatro presidentes presos por corrupção, o Peru também viu o ex-presidente Alberto Fujimori, que comandou o país entre 1990 e 2000, ser condenado por crimes contra os direitos humanos. Ele foi considerado o mandante de 25 assassinatos pelas forças do Estado na periferia de Lima em 1991.
Veja a lista dos ex-presidentes peruanos que foram detidos:
Toledo foi preso nos Estados Unidos em 2019, acusado de receber propina de US$ 20 milhões da construtora brasileira Odebrecht. Ele é alvo de um pedido de extradição feito pelo governo peruano.
O ex-presidente teria favorecido os negócios da empresa brasileira no Peru durante o seu mandato, que durou de 2001 a 2006. Ele foi o quarto presidente do país a ser preso no âmbito do caso Odebrecht, desmantelado pela Lava Jato.
García atirou contra a própria cabeça ao ser alvo de mandado de prisão por lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito, também no âmbito do caso Odebrecht. O ex-presidente havia lidado e escapado de denúncias de corrupção durante toda a sua carreira política, mas se viu encurralado pela suspeita de ter recebido recursos da empresa brasileira durante a sua campanha eleitoral em 2006, quando foi eleito para o seu segundo mandato.
Humala foi preso em 2017 por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele foi acusado de receber US$ 3 milhões da Odebrecht para a sua campanha eleitoral de 2011, a pedido do então ministro da Fazenda brasileiro, Antônio Palocci. À época, a justiça peruana também prendeu sua mulher, Nadine Heredia, em decorrência das mesmas acusações.
Também no âmbito da operação Lava Jato e do escândalo da Odebrecht, Kuczynski foi preso em 2019 por suposto crime de lavagem de dinheiro. Ele renunciou da Presidência um mês antes de ser emitida a sua ordem de prisão, após 1 ano e 7 meses de mandato, pressionado pelo Congresso e pela investigação em curso.
Fujimori foi condenado em 2009 a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos. Ele foi considerado o mandante do assassinato de 25 pessoas, incluindo uma criança, nos Barrios Altos de Lima pelas forças do Estado em 1991, durante seu governo. À época, o Peru travava uma ‘guerra’ antiterrorista contra o grupo armado Sendero Luminoso.
Fujimori recebeu indulto do então presidente Pedro Pablo Kuczynski em 2017, mas o perdão foi anulado pela Justiça.
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