Soberania: governo peruano rejeita declarações de Gustavo Petro sobre Santa Rosa de Loreto, reafirmando controle sobre a região. ( EFE/ Bienvenido Velasco)
Agência de Notícias
Publicado em 8 de agosto de 2025 às 14h49.
Última atualização em 8 de agosto de 2025 às 14h57.
O governo do Peru reafirmou nesta quinta-feira que "não existe nenhuma discussão" sobre a soberania peruana do distrito amazônico de Santa Rosa de Loreto.
O posicionamento foi uma resposta às declarações do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que horas antes havia garantido que não reconhece a soberania nem as autoridades do país andino nessa ilha no meio do Rio Amazonas e na tríplice fronteira com o Brasil.
O primeiro-ministro peruano, Eduardo Arana, leu em Santa Rosa de Loreto uma declaração de sete pontos assinada pela presidente do país, Dina Boluarte, dirigida a Petro, que ao mesmo tempo estava em visita a Leticia, do outro lado do Rio Amazonas, para insistir em sua reivindicação. A cidade de Tabatinga (AM) representa o elo brasileiro da fronteira.
"Reiteramos que não existe nenhuma discussão sobre a soberania do Peru no distrito de Santa Rosa de Loreto nem em nenhuma de nossas fronteiras", disse Arana ao rejeitar "categoricamente" as declarações do presidente colombiano.
Petro acusou na terça-feira o governo do Peru de ter se "apropriado" de Santa Rosa de Loreto ao dar o status de município a uma população administrada pelo Estado peruano há mais de meio século, em uma área que atualmente está unida à ilha Chinería, atribuída ao Peru sob o tratado de 1922 que estabeleceu os limites entre os dois países nesse curso d'água.
Para o Peru, Santa Rosa é mais uma parte da ilha Chinería, e por isso se encarregou de administrar essa população desde o seu início sem oposição da Colômbia, que agora alega que se trata de uma ilha independente cuja soberania deveria ser atribuída em uma comissão binacional.
Em sua declaração, Arana afirmou que a soberania do mencionado distrito "é apoiada pela história e pela presença de instituições do Estado peruano nesta jurisdição".
"A América Latina, e especialmente a América do Sul, precisa se concentrar em questões de desenvolvimento, investimentos, modernização de sua infraestrutura, luta contra a pobreza, educação e saúde, e é nisso que os chefes de Estado devem concentrar seus esforços", disse em resposta às declarações de Petro, que nesta quinta-feira estava na cidade fronteiriça de Leticia para comemorar a batalha de Boyacá, que selou a independência da Colômbia.
O primeiro-ministro acrescentou que o Peru é um país que sabe dialogar e resolver os problemas com vocação de paz, mas advertiu que neste caso não há nada a discutir.
"Sempre fomos firmes na defesa de nosso território e interesses e não existe nenhuma discussão limítrofe com a Colômbia", ressaltou.