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Perto do Brexit, Londres adverte empresas que "não há tempo a perder"

Faltando apenas um mês do momento em que o Reino Unido deixará de aplicar as normas europeias, as empresas precisam se preparar para evitar transtornos

Brexit: "Independentemente do resultado das nossas negociações com a UE, há mudanças definitivas, para as quais as empresas devem estar preparadas", advertiu (Jack Taylor/Getty Images)

Brexit: "Independentemente do resultado das nossas negociações com a UE, há mudanças definitivas, para as quais as empresas devem estar preparadas", advertiu (Jack Taylor/Getty Images)

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AFP

Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 13h12.

Ainda envolvido em negociações de resultado incerto com a União Europeia (UE) em busca de um acordo comercial para administrar a futura relação entre as partes, o governo britânico pediu às empresas, nesta terça-feira (1o), que se preparem para as mudanças que acontecerão no fim do ano.

A apenas um mês do momento em que o Reino Unido deixará de aplicar as normas europeias, o Executivo advertiu as empresas que precisam finalizar seu preparativos para evitar possíveis transtornos, quando as novas normas entrarem em vigor em 1º de janeiro.

"Não há tempo a perder", afirmou o ministro responsável por coordenar a ação do governo, Michael Gove, em uma mensagem aos empresários britânicos.

"Independentemente do resultado das nossas negociações com a UE, há mudanças definitivas, para as quais as empresas devem estar preparadas", advertiu.

Quase quatro anos depois do referendo de 2016 que dividiu o país e provocou momentos de caos e paralisação política, o Reino Unido abandonou oficialmente o bloco em 31 de janeiro deste ano.

Desde então, permanece em uma fase de transição pós-Brexit, durante a qual ainda aplica as normas europeias enquanto negocia com Bruxelas o que esperava que seria um grande acordo de livre-comércio que evitaria tarifas e outras barreiras alfandegárias.

Esta fase termina em 31 de dezembro e, se um acordo não for alcançado até a data, os dois lados terão uma ruptura brutal. Isso implicaria vários trâmites administrativos, que ameaçam bloquear os portos britânicos - especialmente se as empresas não estiverem preparadas.

No caso de um divórcio sem acordo, até 7.000 caminhões poderão ficar paralisados nas proximidades do porto de Dover em 1º de janeiro, com até dois dias de espera para atravessar o Canal da Mancha, segundo uma estimativa feita pelo governo britânico em setembro passado.

"Prováveis" transtornos na fronteira

As negociações comerciais estão paralisadas há meses, no que se refere à demanda europeia de continuar com a pesca nas águas britânicas após o Brexit, assim como às garantias de concorrência leal exigidas de Londres em troca de um acesso aberto ao mercado comum europeu.

As conversas presenciais foram retomadas no fim de semana, depois que as equipes ficaram limitadas a contatos virtuais, devido à detecção de um caso de covid-19 entre os negociadores europeus.

O processo continua nesta terça-feira em Londres, sem um acordo à vista no momento.

"Seguimos comprometidos a tentar alcançá-lo o mais rápido possível", disse o porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson à imprensa. "Mas deixamos claro que não mudaremos nossa posição de negociação", completou.

Mesmo no caso de um acordo, porém, a burocracia vai aumentar, e muitas empresas admitiram que não estão prontas para tal cenário.

O ministro britânico das Empresas, Alok Sharma, anunciou que enviou mensagem a quase cinco milhões de empresas para advertir sobre os desafios que se aproximam.

"Nosso novo começo fora do mercado único e da união aduaneira da UE está por cair", afirmou.

"Ao entrarmos na reta final, as empresas devem garantir que estão totalmente preparadas para as novas normas e oportunidades representadas por ser uma nação comercial independente", acrescentou ele, citado em um comunicado.

O governo também instalou um centro de operações para controlar o movimento nas fronteiras.

O centro, que funcionará 24 horas por dia, tem por objetivo fornecer informação em tempo real. O governo espera, com isso, poder responder rapidamente para limitar perturbações, como longas filas de caminhões para entrar nas balsas que atravessam o Canal da Mancha.

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