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Perto de arma nuclear, Coreia do Norte quer "equilíbrio" com EUA

O líder norte-coreano disse ainda que o lançamento ontem do míssil de médio alcance do tipo Hwasong-12 foi um sucesso

Kim Jong Un (KNCA/Reuters)

Kim Jong Un (KNCA/Reuters)

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AFP

Publicado em 16 de setembro de 2017 às 17h00.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, garantiu que seu país está perto de obter uma arma nuclear, apesar das sanções da ONU, acrescentando que seu objetivo é alcançar um "equilíbrio de forças real" com os Estados Unidos.

Citado neste sábado (16) pela agência estatal de notícias KCNA, Kim declarou que "o objetivo final é estabelecer um equilíbrio de forças real com os Estados Unidos para que os governantes americanos não sigam falando de opção militar contra a Coreia do Norte".

O líder norte-coreano disse ainda que o lançamento ontem do míssil de médio alcance do tipo Hwasong-12 foi um sucesso e "aumentou o poderio bélico nuclear" do país. O artefato sobrevoou o Japão antes de cair no oceano Pacífico.

"Precisamos demonstrar às grandes potências nacionalistas como nosso Estado atinge o objetivo de dispor de uma arma nuclear, apesar de suas reiteradas sanções e bloqueio", completou.

Os chanceleres do Conselho de Segurança da ONU se reúnem na próxima quinta-feira (21) para tratar da proliferação de armas de destruição em massa e, mais especificamente, da ameaça nuclear norte-coreana.

O encontro foi convocado pelos Estados Unidos e acontecerá em paralelo à Assembleia Geral da ONU, que começa na terça-feira com a esperada presença de 129 chefes de Estado e de Governo.

Condenação na ONU

O Conselho de Segurança "condenou firmemente" o disparo de ontem, classificando-o de "altamente provocador". França e Rússia convocaram, por sua vez, "negociações diretas" com Pyongyang para aliviar a tensão.

Segundo o órgão, as ações da Coreia do Norte "não são uma ameaça apenas para a região, mas também para todos os Estados-membros da ONU", indica o texto, aprovado por seus 15 integrantes, incluindo o Japão, membro não permanente.

Os disparos de mísseis, "assim como outras ações recentes e declarações públicas" de Pyongyang "minam deliberadamente a paz e a estabilidade na região", reforça a organização, que não faz referência a novas sanções contra o governo de Kim Jong-un.

O novo míssil tinha capacidade de alcançar a ilha americana de Guam, no Pacífico, segundo especialistas.

Seul respondeu com testes militares que incluíram o lançamento de mísseis Hyunmu no mar do Japão, segundo o Ministério da Defesa. Um desses artefatos percorreu 250 quilômetros, uma distância suficiente para, em tese, atingir o local de onde partiu o míssil norte-coreano, em Sunan, perto do aeroporto de Pyongyang.

No Conselho, o presidente sul-coreano, Moon Jae-In, declarou que o diálogo com o vizinho do Norte é "impossível nessa situação".

Equilíbrio impossível

Para o analista da ONG sul-coreana Fórum de Defesa e Segurança da Coreia Yang Uk, a capacidade de alcançar um equilíbrio militar com os Estados Unidos, proclamada por Kim, está longe de ser uma realidade.

"É irrealista para a Coreia do Norte pretender alcançar um equilíbrio de forças nucleares com os Estados Unidos, embora seja inegável que (Pyongyang) tem feito rápidos avanços em suas ambições nucleares", comentou.

Segundo ele, o último disparo "significa que a Coreia do Norte é, agora, capaz de mobilizar o míssil balístico de médio alcance Hwasong-12 para fins de combate".

Na sexta-feira (15), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu a Coreia do Norte de que o armamento de Washington pode fazer desmoronar a "alma de seus inimigos".

"Depois de ver nossas capacidades (de combate e de resposta bélica), tenho mais confiança do que nunca em que nossas opções são não apenas efetivas, mas também demolidoras", disse Trump, em um discurso dirigido ao pessoal da Força Aérea.

Trump prevê se reunir com aliados da Coreia do Sul e do Japão na próxima semana, em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU, para discutir o caso norte-coreano.

As negociações entre a Coreia do Norte e Estados Unidos, China, Japão, Rússia e Coreia do Sul, iniciadas em 2003, estão congeladas desde 2008, depois da retomada dos testes por parte de Pyongyang.

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