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Perto de acordo, EUA exigem "escolhas difíceis" do Irã

Estados Unidos e Irã ficaram mais próximos de um acordo nuclear, mas autoridade americana alertou que Teerã precisa fazer algumas escolhas difíceis


	Usina nuclear no Irã: "estamos tentando chegar lá, mas muito honestamente ainda não sabemos se conseguiremos", disse funcionário americano
 (AFP)

Usina nuclear no Irã: "estamos tentando chegar lá, mas muito honestamente ainda não sabemos se conseguiremos", disse funcionário americano (AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 16h12.

Lausanne - Os Estados Unidos e o Irã ficaram mais próximos de um acordo político que poderá abrir caminho para um acordo nuclear histórico, mas uma autoridade norte-americana alertou nesta segunda-feira que Teerã precisa fazer algumas escolhas difíceis para apaziguar os temores sobre suas ambições nucleares.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, conversaram durante quase cinco horas na cidade suíça de Lausanne antes de a delegação iraniana seguir a Bruxelas para encontros com ministros europeus.

Após a reunião, um funcionário de alto escalão dos EUA disse a repórteres que não está claro se o prazo estabelecido para um esboço de acordo entre o Irã e seis potências --o fim de março-- poderá ser cumprido.

"Estamos tentando chegar lá, mas muito honestamente ainda não sabemos se conseguiremos", declarou o funcionário sob condição de anonimato. "O Irã ainda tem que fazer algumas escolhas muito duras e necessárias para tratar das preocupações significativas que permanecem sobre seu programa nuclear." Sem dar detalhes, a autoridade acrescentou que a delegação iraniana também abordou com Kerry uma carta "nada bem-vinda e nada prudente" de 47 senadores republicanos para a liderança do Irã alertando que poderiam desfazer qualquer acordo que o presidente norte-americano, Barack Obama, firmar com a República Islâmica.

"Este tipo de distração não é útil quando estamos falando de algo tão sério", declarou a fonte.

PRAZO DIFÍCIL

O funcionário disse que as partes irão trabalhar até o fim do mês, se necessário, para garantir um acordo. As conversas devem ser retomadas na terça-feira.

Falando a repórteres em Bruxelas, o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, afirmou que houve progresso nas reuniões, mas que “pontos importantes” ainda não foram resolvidos.

Com a aproximação do ano novo iraniano no próximo fim de semana, as autoridades envolvidas nas conversas dizem que será difícil finalizar um pacto político nesta semana. Se ele não for possível até o fim de semana, as conversas podem ser reiniciadas nos últimos dias de março.

Zarif disse que todos os lados precisam continuar a se falar nesta semana para ver o que pode ser obtido.

"Em alguns temas estamos mais próximos de uma solução, e baseados nisso podemos dizer que as soluções estão ao nosso alcance. Ao mesmo tempo, estamos distantes em alguns temas", afirmou ele à agência de notícias iraniana Irna.

As seis potências --Estados Unidos, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia e China-- marcaram o dia 30 de julho como prazo definitivo para finalizarem os detalhes de um acordo. Autoridades ocidentais afirmam em reservado que superar as discordâncias em algumas questões ainda controversas será muito difícil.

Kerry exortou Teerã a fazer concessões que permitam às partes obter um esboço de pacto político para um acordo nuclear que removeria as sanções ao país em troca de restrições severas ao programa nuclear iraniano e a um maior monitoramento de suas instalações atômicas.

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