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Personalidades protestam de quipá contra antissemitismo em Berlim

Membro do governo tinha aconselhado judeus a não usarem o quipá nas ruas, declaração que desatou críticas entre a comunidade judaica em Israel

Após polêmica, governo alemão acabou estimulando a população a usar o quipá neste Al-Quds (Fabrizio Bensch/Reuters)

Após polêmica, governo alemão acabou estimulando a população a usar o quipá neste Al-Quds (Fabrizio Bensch/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de junho de 2019 às 16h51.

Várias personalidades políticas, algumas trajando um quipá na cabeça, participaram de uma manifestação contra o antissemitismo, em um contexto de debate na Alemanha sobre o uso deste acessório.

Diversas autoridades locais de Berlim, membros do Bundestag, assim como o embaixador de Israel na Alemanha, Jeremy Issacharoff, e o comissário do governo de combate ao antissemitismo, Felix Klein, participaram da manifestação, na qual viam-se bandeiras israelenses, no centro da capital.

Esta manifestação foi organizada no Dia Mundial do Al-Quds - evento anual de protesto contra a anexação israelense de Jerusalém Oriental.

O Al-Quds também foi celebrado por centenas de manifestantes em Berlim, que pediram boicotes ao governo de Israel e ergueram bandeiras palestinas e libanesas.

Não houve incidentes entre ambas manifestações, separadas por um aparato policial significativo.

Usar o quipá em espaços públicos tem sido alvo de um intenso debate há uma semana na Alemanha.

Klein tinha aconselhado, em 25 de maio, os judeus a não usarem o quipá nas ruas, declaração que desatou críticas entre a comunidade judaica em Israel. Diante das reações locais e internacionais, o comissário voltou atrás.

Durante a semana, o governo alemão acabou estimulando a população a usar o quipá neste Al-Quds.

A ministra da Família, Franziska Giffey (SPD), pediu neste sábado, no jornal Tagesspiegel, um compromisso crescente da sociedade civil contra o antissemitismo na Alemanha.

Apesar de décadas de arrependimento pelo Holocausto, os ataques a judeus têm crescido na Alemanha, bem como em outros países europeus. Os atos criminosos de caráter antissemita aumentaram 20% na Alemanha no ano passado, segundo o Ministério do Interior.

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