Caixão do poeta e prêmio Nobel Pablo Neruda é coberto com a bandeira chilena, dentro das terras de sua casa-museu, durante a exumação de seus restos mortais na cidade costeira de Isla Negra (REUTERS)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2013 às 14h48.
Os restos mortais do poeta chileno Pablo Neruda foram exumados nesta segunda-feira em seu túmulo de frente para o mar.
As amostras coletadas pelos peritos serão analisadas por laboratórios chilenos e estrangeiros para determinar o que causou a morte do escritor em uma clínica de saúde particular há 40 anos.
A exumação foi ordenada pelo juiz Mario Carroza. Depois de dois anos de investigações, o magistrado disse estar convencido de que há antecedentes para se duvidar da versão oficial da ditadura militar chilena para a morte de Neruda.
Segundo o laudo oficial, Neruda teria sucumbido a um câncer na próstata, mas o motorista Manuel Araya, que trabalhou para o poeta, assegura que Neruda foi envenenado por ordem de um médico na clínica onde era tratado.
Comunista histórico, Neruda faleceu em 23 de setembro de 1973, 12 dias depois do golpe de Estado que levou o general Augusto Pinochet ao poder e um dia antes de partir para uma tentativa de exilar-se no México.
A urna funerária de Neruda estava intacta quando a sepultura foi aberta nesta segunda-feira. Um sobrinho do Prêmio Nobel de Literatura acompanhou o trabalho dos peritos locais e estrangeiros.
O caixão foi coberto com um bandeira do Chile e levado por um carro do Instituto Médico Legal, com escolta da polícia. As informações são da Associated Press.